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Líder de ala à esquerda do PT defende que volta de Marta seja votada

Lula se encontrou com Marta Suplicy no Planalto na segunda-feira (8) Imagem: Reprodução / Redes Sociais Rui Falcão

Do UOL, em São Paulo

09/01/2024 18h57Atualizada em 10/01/2024 15h55

O retorno de Marta Suplicy ao PT depois de oito anos não é consenso entre petistas. Dirigente nacional da legenda, Valter Pomar defendeu que a volta da ex-prefeita deve ser decidida em votação.

O que aconteceu

"Defendo que o assunto seja levado a voto no diretório nacional do PT e, assim sendo, votarei contra", escreveu o petista em seu site. Pomar, que perdeu para Gleisi Hoffmann a disputa pelo no comando do partido, é líder da Articulação de Esquerda, corrente que se contrapõe ao grupo majoritário do partido, do qual Lula é o integrante principal — Construindo um Novo Brasil.

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Marta e a Prefeitura de São Paulo confirmaram a saída dela da secretaria de Relações Internacionais. O anúncio aconteceu após a ex-prefeita ter aceitado o convite para ser vice do pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL)

O PT apoia Boulos, mas acertou com o PSOL a indicação do vice. Por isso, a ex-prefeita precisa se filiar à legenda.

Marta trocou o partido pelo então PMDB em 2015. Em 2016, ela votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A ex-prefeita, entretanto, manteve a relação de proximidade com Lula, a quem apoiou na eleição. Desde 2021, ela é secretária de Relações Internacionais na gestão de Ricardo Nunes (MDB) — que já decidiu demiti-la pelo acordo com Boulos.

"Estamos olhando para frente, não estamos olhando pelo retrovisor", disse o deputado Rui Falcão (PT-SP), sobre o voto de Marta no processo impeachment. Ontem, ela participou da cerimônia que marcou um ano do 8 de janeiro em Brasília e recebeu uma cadeira na primeira fileira.

Mais cedo, Boulos afirmou que é um "caminho bastante razoável" Marta participar da chapa. "A partir do momento em que o prefeito [Ricardo Nunes] diz que quer a todo custo uma aliança com Jair Bolsonaro", afirmou o psolista.

Senadora eleita pelo PT, Marta traiu seu eleitorado e seu Partido, votando a favor do golpe contra Dilma. Desconheço que ela tenha feito alguma autocrítica a respeito. E, em qualquer caso, não vejo porque trazer de volta para casa quem praticou tamanha violência.
Valter Pomar, dirigente nacional do PT

Prefeito de São Paulo se sentiu traído

A aliados, Nunes disse que se sentiu traído por uma articulação feita "pelas costas". Afirmou também que Marta foi uma grande decepção.

Ontem, Nunes disse que tinha "confiança" em Marta. Ele afirmou que os dois têm "uma relação pessoal" e que ela teria falado caso houvesse qualquer movimentação para sair da prefeitura.

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