Bolsonaro nega ser 'mandante' da morte de Marielle: 'Nunca tive contato'
Tiago Minervino
Colaboração para o UOL, em São Paulo
28/01/2024 21h52
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, durante uma live neste domingo (28), que tenha envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e disse torcer pela elucidação do crime, cometido em março de 2018.
O que aconteceu
Bolsonaro alegou que "apanhou durante cinco anos" por ser apontado como "um possível mandante da morte de Marielle". O ex-presidente afirmou que foi "massacrado" durante a campanha de 2022 por vincularem seu nome ao assassinato da vereadora e classificou o crime como "algo brutal", que ele "abomina".
Ex-presidente minimizou o fato de Ronnie Lessa, acusado de participação no crime, morar no mesmo condomínio que ele, na Barra da Tijuca. "Um possível executor morava no meu condomínio, que tem 150 casas, e daí então o mundo começou a cair em minha cabeça. No dia 30 de outubro de 2019 o Jornal Nacional contou toda a história do porteiro, que segundo relato dele, ele, naquele dia [do crime], havia ligado para minha casa, eu teria atendido e autorizei um colega desse cidadão a entrar e depois houve então a execução da Marielle. Depois o porteiro voltou atrás, mas isso me marcou ao longo de muito tempo".
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Bolsonaro fez referência ao caso do porteiro que atribuiu a ele a autorização para a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz, um dos acusados pela morte de Marielle, no condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro e Lessa moravam. Posteriormente, o porteiro disse à Polícia Federal que "errou em anotação" que citava o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou que "nunca" manteve contato com Marielle e que torce pela elucidação do crime. "O que mais quero é que esse caso seja elucidado, nunca tive contato com a Marielle", destacou.
Ex-presidente chama 8/1 de 'farsa'
Na live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, Jair Bolsonaro rechaçou a possibilidade de golpe de Estado no 8 de janeiro de 2023. Investigado pelos atos golpistas, ele se referiu ao ocorrido como "uma farsa".
"Que 8 de Janeiro é esse que leva ao sofrimento inocentes, pobres coitados? Alguns depredaram, têm que pagar, como no próprio dia 8 dei uma tuitada, lamentei ocorrido. Golpe de Estado sem um tiro? Sem um fuzil? E cadê as inteligências, falam tanto da inteligência, que não levantaram isso?", declarou.
Bolsonaro foi apontado pela CPMI do 8/1, no Congresso, como um dos mentores dos atos que culminaram com a depredação dos prédios dos Três Poderes. Na PGR (Procuradoria-Geral da República), ele não foi denunciado, mas é citado nas investigações.