OPINIÃO
Análise: Barroso é otimista ao dizer que democracia não corre mais riscos
Colaboração para o UOL, em São Paulo
01/02/2024 18h15Atualizada em 01/02/2024 18h33
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, é otimista demais ao dizer que não há riscos à democracia no Brasil, analisou a professora de direito da FGV-SP (Eloísa Machado) durante entrevista ao UOL News desta quinta (1º).
Ao abrir os trabalhos da Corte hoje, Barroso disse que "não precisa gastar tempo e nem energia" em defesa da democracia.
Guardo um pouco de restrição com essa afirmação feita pelo presidente do STF de que está tudo bem, de que não há mais risco. Acho que a gente ainda está no começo de um processo de depuração de uma tentativa de golpe. Eloísa Machado, professora de direito da FGV-SP
Os inquéritos ainda estão em andamento, nós sequer temos a revelação de mandantes e beneficiários formalmente de todo esse processo e isso vai continuar colocando o Tribunal sob ataque de algumas forças políticas que persistem no Brasil. Ainda que suas estratégias extremistas tenham sido reveladas. Eloísa Machado, professora de direito da FGV-SP
Talvez o ministro Barroso seja otimista demais frente aos fatos tal qual eles estão desenhados até agora. Eloísa Machado, professora de direito da FGV-SP
A professora explicou que a declaração seria um dos "silêncios eloquentes" recorrentes no Tribunal, juntamente com o evento pautado também pela retirada das grades de frente do STF.
O Tribunal gosta muito de falar em silêncios eloquentes. Me parece que esse foi um dos silêncios eloquentes do discurso ao não mencionar explicitamente o 8 de janeiro [de 2023], ainda que todo o contexto esteja pautado. Seja pela retirada das grades, seja justamente ao dizer que não há uma preocupação em relação à democracia. Eloísa Machado, professora de direito da FGV-SP
Eloísa também comenta o perfil do próprio ministro Luís Roberto Barroso.
Gostaria de fazer uma observação de que o ministro Barroso tem esse perfil de considerar que as coisas estão sempre bem, acomodadas, de que as instituições estão funcionando e que nada é tão grave assim. A história recente nos mostrou que as coisas eram graves. Eloísa Machado, professora de direito da FGV-SP
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