Governo Lula vai usar PAC para construir estradas até Venezuela e Guiana
O governo Lula (PT) vai usar o Novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) para aumentar os acessos terrestres aos países vizinhos da região Norte.
O que aconteceu
Ao todo, o governo pretende investir R$ 2 bilhões na construção de estradas. Elas vão ligar Amapá e Roraima a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. Esta é a chamada "Rota das Guianas", com mais de R$ 500 milhões a serem investidos já em 2024.
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O objetivo é facilitar o acesso brasileiro ao Caribe. Segundo o Ministério do Planejamento, isso teria um impacto positivo no comércio e aumentaria a facilidade no transporte de commodities e mercadorias.
Acordo fechado durante viagens a cúpulas. Os novos investimentos foram selados por Lula e pelo ministro Renan Filho (Transportes) durante ida ao Caribe na semana passada. Por enquanto, a previsão é este montante será bancado pela União, mas não estão descartadas concessões e verbas vindas da iniciativa privada.
Para onde vão os R$ 2 bilhões
Os recursos serão alocados tanto na manutenção de rodovias já existentes quanto na construção de novas. Em Roraima, o Ministério dos Transportes destinou neste ano R$ 219 milhões para três rodovias. No Amapá, foram R$ 334 milhões para uma rodovia.
Algumas estradas não têm pavimentação desde os anos 1990, antes do primeiro mandato de Lula. Veja os trechos impactados:
- BR-156 (AP). Pavimentação de 110 km que ligam Macapá à Guiana Francesa. Parte já está em obras desde 2023; outra deve ser licitada ainda neste ano.
- BR-174 (AM e RR). Restauração iniciada em 2023, que liga os estados do Amazonas e de Roraima à Venezuela.
- BR-432 (RR). Substituição de 16 pontes de madeira por pontes de concreto.
- BR-401 (RR). Pavimentação da estrada, que leva à Guiana, com início de obras em 2025.
Quais as vantagens
O governo diz que obras vão fomentar a economia e que haverá impacto direto no comércio para os estados das regiões Norte e Nordeste. Os detalhes foram finalizados durante as cúpulas Caricom e Celac, em Guiana e São Vicente e Granadinas.
Tebet ressalta comércio internacional. "A rota diminui a distância das nossas exportações do Norte do Brasil, via canal do Panamá, até a China e ao mundo asiático", afirmou a ministra Simone Tebet (Orçamento), após o evento. "Imagina a quantidade de produtos que poderemos colocar na mesa do povo da Guiana, da mesma forma que poderemos importar produtos. Todos ganham."
Governo não respondeu. O UOL procurou o Ministério dos Transportes para ter mais detalhes sobre estimativa de conclusão das obras ou de investimento privado, mas não teve retorno até a última atualização deste texto. O espaço está aberto a manifestações.