Nísia demite diretor de gestão hospitalar em meio à pressão do governo
Do UOL, em São Paulo*
18/03/2024 20h21Atualizada em 18/03/2024 21h04
O Ministério da Saúde anunciou, na noite desta segunda-feira (18), a exoneração de Alexandre Telles, então diretor do DGH (Departamento de Gestão Hospitalar). A demissão acontece horas após a primeira reunião ministerial do governo, em que a chefe da pasta, Nísia Trindade, foi cobrada pelo presidente Lula (PT).
O que aconteceu
Assumirá o departamento Maria Aparecida Braga, atual superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Ela acumulará as duas funções.
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No comunicado, a pasta diz que a exoneração acontece pela "necessidade de transformação na gestão do DGH". "O Ministério da Saúde reforça seu compromisso em estabelecer as ações necessárias e empenhar todos os esforços para a reconstrução e fortalecimento dos Hospitais Federais, para que toda a população do Rio de Janeiro tenha acesso à saúde pública de qualidade".
Também nesta segunda, o Ministério da Saúde deu início aos trabalhos do Comitê Gestor que administrará seis hospitais federais no Rio de Janeiro. Segundo a pasta, o órgão vai atuar por pelo menos 30 dias junto às direções de cada hospital, para recuperar e reestruturar as unidades depois de "anos de precarização".
Direção do Comitê Gestor. O departamento vai ser dirigido pela Saes (Secretaria de Atenção Especializada à Saúde), com representantes do DGH, assessorias, coordenações e secretarias do Ministério da Saúde. Um dos objetivos declarados é melhorar a governança e o diálogo entre servidores, sindicatos e gestores.
O momento mais tenso da reunião ministerial foi com a ministra Nísia, para quem Lula fez cobranças sobre o combate à dengue. A ministra se emocionou ao falar de ataques sofridos à frente da pasta e disse que a situação realmente "está difícil", mas apresentou propostas.
Está marcada uma reunião, nesta terça-feira (19), entre Lula e Nísia no Palácio do Planalto.
Hospitais no RJ
No domingo (18), o Fantástico, da TV Globo, mostrou a situação precária dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. No ano passado, segundo o programa, os hospitais realizaram quase 48 mil internações e cerca de 43 milhões de atendimentos ambulatoriais. Ainda assim, mais de 18 mil pacientes aguardam algum tipo de procedimento médico.
Precariedade. Em muitos setores dos hospitais, há aparelhos médicos quebrados e caixas de materiais vencidos ou danificados. A rede elétrica também está comprometida.
O Tribunal de Contas da União, que fiscaliza os hospitais federais no estado, acompanha a situação.
*Com informações da Agência Brasil