OPINIÃO
Reinaldo: Conjunto da obra indica um Lira mais perturbado do que com foco
Colaboração para o UOL
17/04/2024 15h14Atualizada em 17/04/2024 20h15
O colunista Reinaldo Azevedo afirmou no Olha Aqui! desta quarta (17) que as medidas tomadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para impor derrotas ao governo Lula visam, na verdade, ao Supremo Tribunal Federal. Os desacertos mostram, segundo ele, um Lira perturbado e sem muito foco.
Nesse pacote da vingança do Lira tem medidas que são direcionadas contra o Supremo. O que o governo tem com isso? Sempre terá, porque conflito entre Poderes nunca é bom para ninguém, a não ser para os golpistas e para um Bolsonaro que, quanto mais confusão, melhor. Lira pensa em se vingar. Semana passada ele disse 'que a coisa vai pegar fogo'. Teve a reunião dos líderes para criar a comissão que discutirá a prerrogativa dos parlamentares contra as decisões do Supremo. O que o governo tem a ver diretamente com isso? Isso é retaliação ao Lula, ao Padilha [ministro das Relações Institucionais], discutir as prerrogativas dos parlamentares, tentar impedir mandado de busca e apreensão na Câmara? 'Nós vamos rever a jurisprudência do Supremo e prisão de parlamentares só mediante flagrante de crime inafiançável'. 'Nós vamos descaracterizar o crime permanente no caso de organização criminosa'. Mas, isso é a Câmara que vai fazer? É o Congresso que vai fazer? Isso toca o governo Lula de que maneira? Tem coisa que o alvo é o Supremo. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Para Reinaldo, a única medida de Lira que pode atingir o governo é derrubar o veto de Lula à chamada Lei da Saidinha, que acaba com o direito de saída temporária dos presos.
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No mais, [tudo o que Lira propõe] são CPIs. CPI do tráfico infantil e da exploração sexual infantil na Ilha do Marajó. Isso é contra o governo? O conjunto da obra indica muito mais um Lira perturbado do que um Lira com foco. O Lira é truculento, toda relação dele política é na base da violência metafórica - tem sempre a linguagem da violência e do confronto, a linguagem sanguinolenta traduzida em questões políticas. Nunca há acordo com o Lira: ou ele leva ou busca aniquilar o outro. É assim que ele funciona e assim tem funcionado. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Como é um sindicalista dos parlamentares, ele vai conquistando benefícios para os deputados e eles topam essa relação de submissão remunerada com emendas. Como estão surgindo nomes à presidência que não são exatamente os escolhidos por ele e também com trânsito junto à base dele - bem ou mal o Lira está na reta final do mandato -, me parece que ele está um pouco destrambelhado. E gente agressiva como ele, autoritária como ele, quando contestada, pode perder a tramontana. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
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