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Adélio teve advogado suspeito de elo com PCC, mas agiu sozinho em facada

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

11/06/2024 09h36Atualizada em 12/06/2024 11h38

Um dos advogados de Adélio Bispo é ligado ao crime organizado, mas não teve relação com o atentado a faca a Jair Bolsonaro (PL) em 2018, informou hoje a Polícia Federal. A corporação mais uma vez concluiu que Adélio agiu sozinho no ataque.

O que aconteceu

Operação foi realizada nesta terça-feira (11) em Minas Gerais e mirou advogado, cujo nome não foi divulgado pela PF. O UOL apurou que se trata do advogado Fernando Costa Magalhães, suspeito de lavar dinheiro para o PCC. Magalhães já teve um avião apreendido e ordem de bloqueio de bens. Ele não atua mais na defesa de Adélio Bispo.

Outro lado: o advogado e seu escritório disseram "repudiar ilação ou relação com ditos criminosos". Em nota, Magalhães informou que todos os bens e valores bloqueados estão devidamente registrados e declarados. "Por ausência de acesso aos autos, visto que indeferido nesta data conhecer do mesmo estamos impossibilitados de maiores esclarecimentos, contudo confio na justiça e através dela recuperarei o que tolhido e nunca deixarei que maculem minha idoneidade e credibilidade."

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Bloqueio de R$ 200 milhões. Durante as diligências, foram cumpridos mandados de busca e apreensão para nova análise de equipamentos eletrônicos e documentos. Segundo Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, R$ 200 milhões foram bloqueados e haverá uma investigação sobre lavagem de dinheiro. Andrei usou o termo crime organizado e não citou o PCC.

Sem provas sobre financiamento do atentado contra Bolsonaro. A PF, porém, diz que não há provas de conexão entre o crime organizado e a facada no ex-presidente Bolsonaro em 2018. "Não foi comprovada nenhuma conexão do crime organizado financiando o advogado para defender Adélio", informou o diretor-geral da PF.

PF se manifestou pelo arquivamento do inquérito sobre a facada. A corporação informou hoje que apresentou o relatório final, atendendo a solicitações do MPF (Ministério Público Federal). A decisão final caberá à Justiça.

Esta é pelo menos a terceira vez em que a PF diz que Adélio agiu sozinho. Em setembro de 2018, dias após o atentado, a corporação concluiu que Adélio agiu sozinho no ataque em Juiz de Fora (MG). O delegado do caso disse, na ocasião, que o crime foi motivado por discordância política.

Em maio de 2020, já sob Bolsonaro, a Polícia Federal concluiu uma segunda investigação, que apontou, novamente, não haver mandantes do atentado. A investigação do atentado foi um dos motivos de discórdia entre o então ministro da Justiça, Sergio Moro, e o então presidente. Em depoimento prestado à PF, Moro disse que Bolsonaro teve acesso ao trabalho de investigação sobre o caso. O ex-juiz afirmou também que o presidente alegou uma "suposta falta de empenho" da PF para justificar a troca do então diretor-geral, Maurício Valeixo.

Agora, no governo Lula, a corporação reforça essa conclusão. "Adélio agiu sozinho", disse Andrei, em conversa com jornalistas nesta manhã em Brasília.

Em junho de 2019, Adélio foi absolvido da facada, após ser considerado inimputável por transtorno mental. Em fevereiro, a Justiça determinou que ele fosse transferido a Minas Gerais, local de origem do processo. Até então, ele cumpria medida de segurança no presídio federal de Campo Grande.

O que disse o diretor-geral da PF

Operação de hoje põe fim em definitivo o caso Adélio Bispo. Comprovamos o vínculo desse advogado com o crime organizado, mas [não há] nenhuma vinculação deste advogado com a tentativa de homicídio ao então candidato. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF

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