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OPINIÃO

Fibe: Deputados homens estão decidindo por nos criminalizar por aborto

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/06/2024 18h37Atualizada em 12/06/2024 19h07

Deputados federais homens estão decidindo por criminalizar as mulheres por aborto, até em caso de estupro, afirmou a colunista do UOL Cristina Fibe durante participação no UOL News 2ª Edição nesta quarta-feira (12).

O Projeto de Lei (PL) nº 1.904/2024, que equipara o aborto realizado acima de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, até mesmo nos casos de gravidez resultante de estupro, pode ser votado hoje na Câmara dos Deputados. Governo queria que PL saísse de pauta.

Parece que esses deputados homens que estão decidindo por nos criminalizar, [e] as mulheres vítimas de violência. Também está prevista na legislação que as mulheres que correm risco de vida [podem abortar legalmente], ou seja, elas correm risco de morrer no parto se levarem a gestação adiante. Esses deputados estão dizendo: 'se você quiser salvar sua vida, você vai passar o resto dela na cadeia'. Cristina Fibe, colunista do UOL

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É uma parada que não faz nem sentido, você criminalizar uma mulher que, para salvar a própria vida, tenha que levar essa gravidez de risco adiante. Esses deputados evangélicos estão defendendo a vida de quem quando eles falam que isso é uma bandeira pró-vida? Isso é mentira, uma falácia. Cristina Fibe, colunista do UOL

O que eles estão tentando fazer é um duplo carpado para criminalizar as mulheres que são vítimas de criminosos. Quer dizer, a mulher ou a menina sofre o estupro, engravida e a gente sabe que conseguir ter o direito ao aborto legal no Brasil é um trâmite difícil. Embora não precise nem de boletim de ocorrência, qualquer mulher deve ter direito ao acesso e ao aborto legal se for vítima de estupro sem nem mesmo precisar fazer o BO, apenas com uma declaração no hospital. Cristina Fibe, colunista do UOL

Fibe diz que mesmo que o direito ao aborto ainda seja garantido para mulheres e pessoas que gestam em casos específicos previsto por lei, ele é um direito atrasado.

Esse direito, mesmo legal, é atrasado. Colocam-se diversos obstáculos para a gente não conseguir esse direito. No caso das meninas estupradas, por não conhecerem ainda o seu corpo, elas mesmas demoram para saber que estão grávidas. Tem uma série de fatores, inclusive a indisposição dos médicos que estão sendo ameaçados nessa criminalização. Cristina Fibe, colunista do UOL

Os médicos ficam amedrontados. Essas meninas e mulheres têm o seu direito atrasado e aí pode ser que a gestação vá para esse período [além das 22 semanas]. Nenhuma menina, nenhuma mulher quer fazer um aborto complicadíssimo e que nos fere ao extremo. Cristina Fibe, colunista do UOL

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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Veja a íntegra do programa:

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