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'Dia esperado pela família', diz Anielle após irmãos Brazão virarem réus

Marielle e Anielle Franco Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

18/06/2024 19h18Atualizada em 18/06/2024 19h34

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comemorou a decisão da Primeira Turma do STF que tornou hoje os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão réus pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018.

O que aconteceu

"Um dia muito esperado pela nossa família e pela sociedade brasileira durante esses anos", escreveu a irmã de Marielle nas redes sociais. "Desejo que o julgamento seja rápido, pois já esperamos tempo demais."

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Anielle disse ainda que confia na Justiça, no STF e na Polícia Federal. "O Brasil quer e precisa de justiça por Marielle e Anderson", declarou.

A Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia contra cinco suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle e Anderson. São eles: o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) Domingos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa, o ex-assessor de Domingos Robson Calixto e o ex-PM Ronald Paulo de Alves.

Com a decisão, os cinco se tornam réus e responderão a uma ação penal. Primeiro, haverá um prazo de audiências de testemunhas e denunciados. Ao final do processo, o STF decide se eles serão condenados ou não.

Como Chiquinho Brazão tem mandato, a ação contra ele pode ser suspensa a pedido de algum partido. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, ordenou que a Câmara dos Deputados seja comunicada sobre o resultado do julgamento.

PSOL e Comitê de Justiça também se manifestaram

A presidente do PSOL, Paula Coradi, disse que a atuação do STF foi fundamental para solucionar o caso. "Não fosse a atuação do Supremo, poderíamos ficar sem respostas", afirmou.

Seguimos na luta por Justiça até que os responsáveis sejam julgados e condenados junto à sociedade brasileira, que aguarda a resolução de um crime que foi notícia em todo o mundo. Seguimos na luta por justiça para Marielle e Anderson
Paula Coradi, presidente nacional do PSOL

O Comitê de Justiça por Marielle e Anderson afirmou que a aceitação da denúncia é um "passo crucial".

Cada dia sem justiça é um dia a mais com risco à vida de todas aquelas e aqueles que defendem os direitos humanos no Brasil, em particular mulheres negras, vítimas sistemáticas de violência política de gênero e raça.
Comitê de Justiça por Marielle e Anderson

O grupo pediu que o Estado garanta o devido processo legal e que as condições que tornaram o crime possível sejam "enfrentadas desde a raiz". "Não consideramos que seja o momento de dar os esforços de investigação por encerrados, sendo necessário assegurar que todos os envolvidos nesse grave crime (executores, mandantes e intermediários), bem como em tentativas de obstrução das investigações, sejam identificados e responsabilizados."

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