Michelle Bolsonaro fica fora de indiciamento pela PF no caso das joias
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não está entre as pessoas indiciadas nesta quarta-feira (4) pela PF (Polícia Federal) por envolvimento no esquema que teria desviado dinheiro de presentes recebidos por Jair Bolsonaro (PL) quando ele estava na Presidência.
O que aconteceu
A PF não encontrou elementos que envolvam Michelle no esquema criminoso. Ela chegou a ter seus sigilos bancário e fiscal quebrados ao longo da investigação e também teve que ir depor na PF no ano passado, ocasião em que ficou em silêncio.
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A PF apontou que Bolsonaro teria cometido os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato/apropriação de bem público. Outras 11 pessoas também foram indiciadas, entre elas o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.
A suspeita inicial era de que as joias seriam para Michelle. A investigação da PF teve início após o jornal O Estado de S.Paulo revelar que uma comitiva do então ministro Bento Albuquerque tentou entrar no Brasil após uma viagem oficial para os Emirados Árabes sem declarar um kit de joias recebido das autoridades sauditas, em outubro de 2021.
A Receita Federal, porém, reteve os itens no aeroporto de Guarulhos. Isso fez com que auxiliares de Bolsonaro se mobilizassem para tentar rever as joias, sem sucesso.
O kit incluía um colar, anel, relógio e um par brincos de diamantes, todos da marca de luxo suíça Chopard. Aos auditores fiscais, Bento Albuquerque disse que seriam um presente para Michelle Bolsonaro. Na ocasião, o ex-ministro recebeu os presentes das autoridades árabes enquanto representante do governo brasileiro em missão oficial no país.
PF, porém, não encontrou mais elementos que envolvam a ex-primeira-dama no caso.
Na época da divulgação do caso pela imprensa, Michelle ironizou. Pelo Instagram, ela negou que tivesse recebido o conjunto de peças de diamantes do governo saudita. "Quer dizer que eu 'tenho tudo isso' e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória", escreveu.
Quem são os indiciados
Outras 11 pessoas além de Bolsonaro foram indiciadas:
Fabio Wajngarten - advogado da família Bolsonaro;
Frederick Wassef - advogado da família Bolsonaro;
tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
general Mauro Cesar Lourena Cid - pai de Mauro Cid;
almirante Bento Albuquerque - ex-ministro de Minas e Energia durante o governo Bolsonaro;
Marcos André dos Santos Soeiro - ex-assessor de Bento Albuquerque;
José Roberto Bueno Júnior - ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia durante o governo Bolsonaro;
Marcelo da Silva Vieira - ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência durante o governo Bolsonaro;
Julio Cesar Vieira Gomes - ex-secretário especial do Fisco durante o governo Bolsonaro;
Marcelo Costa Câmara - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
Osmar Crivelatti - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.