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Tales: Ataque de Marçal a Tabata faz pensar que governo dele seria perverso

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/07/2024 12h34

Caso eleito, a gestão de Pablo Marçal na Prefeitura de São Paulo seria "perversa" por ele ser "capaz de tudo" para atacar as pessoas, criticou o colunista Tales Faria no UOL News da manhã desta sexta-feira (5).

A pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) rebateu nesta quinta-feira (4) ofensas feitas por Pablo Marçal, adversário dela na disputa municipal. O pré-candidato mentiu ao falar da morte do pai de Tabata por suicídio quando ela tinha 17 anos.

Um ataque tão nojento faz a gente supor como seria a administração de Pablo Marçal. Ele seria capaz de tudo. Ele seria capaz, como prefeito, de cometer gestos desse tipo, de xingar as pessoas, mentir, misturar e usar de perversões. Ele seria capaz disso? Provavelmente, sim, porque ele está fazendo. Seria um governo perverso e nojento.

É isso que a gente tem que ver, que o eleitor tem que ver. O eleitor tem que olhar esse tipo de gesto e julgar: 'Caramba, é isso que vou botar no governo? Para administrar minha cidade? Quero esse tipo de relação do gestor da minha cidade com os cidadãos?'. Imagina um prefeito assim, se você discordar dele? Você dizer que ele está fazendo alguma coisa errada?

Espero muito que chegue isso na eleição, no julgamento que o eleitorado fará dele.

O que aconteceu

Tabata chamou o ataque de "nojento" e "perverso". Em entrevista a um podcast da revista "IstoÉ", Marçal afirmou que a deputada federal abandonou o próprio pai no Brasil para viajar aos Estados Unidos e deixou ele morrer. "Também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou ele e ele deixou o alcoolismo. Ela foi pra Harvard, o pai dela acabou morrendo. Igual imagino que ela pode fazer com o povo de São Paulo", disse Marçal.

Tabata negou que estivesse fora do Brasil quando o pai morreu. A deputada relatou que ele era alcoólatra e foi dependente de crack. "No fim, ele estava sofrendo demais. Na mesma semana em que eu fui aceita em Harvard, ele cometeu suicídio. Foi o momento mais difícil da minha vida. Mas eu estava quando ele morreu, eu não estava fora. Essa baixaria sequer faz sentido", rebateu, em vídeo publicado nas redes sociais.

Em reportagem de 2 de abril de 2012, quando foi admitida em Harvard, Tabata explica que recebeu a notícia da aprovação e comemorou com os pais. "Quando soube [da aprovação em Harvard] comecei a chorar muito, perguntava se podia mudar o resultado. Eram duas da manhã, liguei para minha mãe, meu pai ficou super emocionado", disse ela ao g1 na época.

Ainda de acordo com a reportagem, o pai de Tabata morreu três dias depois de ela saber da aprovação. A então estudante chegou a cogitar desistir da vaga, mas acabou indo meses depois para estudar nos Estados Unidos.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a deputada chamou Marçal de cretino. "É uma falta de caráter absurda, é perverso, é nojento mesmo. É um assunto muito difícil. Vim aqui esclarecer para nenhum cretino vir usar a história do meu pai contra mim novamente", disse a deputada.

Josias: Moro deveria ficar do lado da probidade e ver que Bolsonaro errou

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) deveria se colocar do lado da Justiça em vez de sair em defesa de Jair Bolsonaro no caso das joias, disse o colunista Josias de Souza no UOL News desta sexta (5).

O ex-juiz comparou a situação de Bolsonaro à de Lula e disse que o atual presidente "não foi indiciado por se apropriar de presentes" que ganhou durante seus mandatos anteriores. Ontem, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e onze auxiliares pela venda de joias recebidas na Presidência.

Moro deveria, mesmo reconhecendo ser uma lei que precisa de aprimoramentos, ficar do lado da probidade. Como ex-juiz, deveria realçar o problema e sustentar a posição segundo a qual Bolsonaro está errado.

A despeito da lei, Moro deveria reconhecer que não é razoável um presidente se apropriar de joias valiosíssimas, vendê-las e transformá-las em dinheiro para seu benefício próprio. (...) Não há lacuna legal que justifique a apropriação de bens tão valiosos pelo presidente de plantão. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias defendeu mudanças na legislação sobre o tema e citou o caso de um relógio de luxo que Lula recebeu em seu primeiro mandato e usado por ele até hoje. Para o colunista, o presidente já deveria ter devolvido o item, que motiva questionamentos de bolsonaristas.

Essa legislação sobre presentes recebidos por autoridades é malfeita e precisa de reformulação. O princípio que deve vigorar é aquele sob o qual um presidente não pode receber um presente que seja tão valioso que se confunda com uma propina.

Para que isso não ocorra, a legislação precisa deixar muito claro que presente só pode ser incorporado ao patrimônio do presidente da República quando for algo de uso claramente pessoal. Foi o que o TCU [Tribunal de Contas da União] decidiu, na ausência de uma lei clara. Lula teve que devolver 434 itens recebidos por ordem do TCU. Dilma Rousseff, 117.

Há uma particularidade que os bolsonaristas exploram muito: o fato de Lula usar muito um relógio Cartier, recebido dessa empresa quando visitou a França em seu primeiro mandato. Ainda não houve deliberação do TCU, mas a equipe técnica decidiu que esse relógio, que vale em torno de R$ 80 mil, poderia ficar com Lula, baseando-se em uma regra que vigorava em 2016.

Para que possa se posicionar nessa matéria de forma absolutamente isenta, Lula já deveria ter devolvido esse relógio. O bolsonarismo explora esse fato para dizer que há uma diferença de tratamento e que Bolsonaro está sendo perseguido. Josias de Souza, colunista do UOL

Tales: Não há lei que livre da prisão quem devolve produto de roubo

A tese de que Jair Bolsonaro não deve ser condenado à prisão no caso das joias porque as devolveu não faz sentido, afirmou Tales Faria. O colunista também criticou as declarações do senador Sergio Moro sobre o tema.

Primeiro, vamos falar dessa versão do filho do Bolsonaro e do advogado de que ele devolveu as joias e, portanto, não houve dolo nem crime. Um sujeito rouba uma carteira e sai correndo. Todos o cercam, ele devolve a carteira e diz que está livre. Tem que criar uma lei específica para isso: se você devolver o dinheiro de um assalto, estará livre de condenação.

Ainda não existe essa lei, mas pode ser que os bolsonaristas, ou o Sergio Moro lá no Senado, consigam votar ali, já que querem criar uma lei da anistia com essa direção. Tales Faria, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

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