Pablo Marçal lançará mentoria com Renato Cariani, réu por tráfico de droga

Empresário defendeu Cariani, disse que são amigos e que provaria que as acusações não existem. "A empresa dele é bilionária, alguém pegou 50 notas fiscais em um universo de 25 mil. Acho uma canalhice chamar o cara disso para destruir a reputação dele", afirmou Marçal

O ingresso para participar do evento de lançamento custa R$ 97. Os empresários prometem um "plano" para "o shape e a mente". Na semana passada, Marçal publicou um vídeo de treino na academia com Cariani.

Datafolha divulgado em maio mostra que Marçal marcou 7% das intenções de voto. Ele disputa o 3º lugar com o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), ambos com 8%. A margem de erro é de três pontos para mais ou menos. Na liderança, estão Boulos (PSOL) com 24% e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), 23% — eles estão empatados tecnicamente.

Ele é um homem honrado, gosto dele, ele mudou a minha vida e vai continuar mudando a vida de mais gente. Não quero que as pessoas morram por causa de obesidade, que morram sem ter certeza no coração que podem prosperar.
Pablo Marçal, empresário e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo

Amizade e apoio político

A relação entre eles começou após Cariani incentivar Marçal a praticar atividades físicas. Ao UOL, o influenciador disse que as interações entre eles começaram há cerca de dois meses nas redes sociais. "Nem candidatura existia, [foi] para aprimorar o condicionamento físico dele", afirmou.

Relação de amizade não tem fins políticos, segundo o influenciador . "Lamento que um problema com a empresa da qual sou sócio seja usado para atingir politicamente um influenciador com quem faço parceria de conteúdo", disse.

Cariani diz repudiar qualquer tipo de droga e ressalta não ter "qualquer condenação judicial". Em dezembro, ele foi indiciado pela Polícia Federal por tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Estamos falando de três assuntos sem nenhuma conexão: uma empresa, minha atividade pessoal e a candidatura política de um outro influenciador. A empresa da qual sou sócio, que tem reputação ilibada no mercado há mais de 40 anos, foi alvo de uma armação de golpistas. Eu e minha sócia somos vítimas, e isso já está sendo comprovado na Justiça.
Renato Cariani, professor de educação física e empresário

Relembre o caso

Cariani virou réu em fevereiro deste ano com outras quatro pessoas. A denúncia do Ministério Pública foi aceita pela Justiça de Diadema.

O grupo teria desviado produtos químicos para produção de drogas. Segundo a Polícia Federal, o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando "laranjas" para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais.

No total, foram identificadas 60 transações "dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa". São aproximadamente 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, de acordo com a investigação da PF.

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