Primeira-dama de João Pessoa é presa em operação da PF na Paraíba
Do UOL, em Maceió e São Paulo
28/09/2024 07h52Atualizada em 28/09/2024 13h34
Lauremília Lucena, primeira-dama de João Pessoa, foi presa na manhã deste sábado em uma operação da Polícia Federal na capital paraibana.
O que aconteceu
Lauremília foi alvo de mandado de prisão preventiva em operação que apura suspeita de aliciamento violento de eleitores. Seu marido, o prefeito Cícero Lucena (PP), é candidato à reeleição em João Pessoa.
A prisão da primeira-dama faz parte da 3ª Fase da Operação Território Livre. A Polícia Federal cumpre dois mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão após decisão da Justiça Eleitoral.
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Lauremília é suspeita, segundo a PF, de indicações para cargo na prefeitura em troca facilidade de acesso a comunidades da capital. De acordo com a investigação, a primeira-dama tinha contatos com pessoas ligadas ao crime organizado e que possuem controle de bairros periféricos de João Pessoa.
Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária de Lauremília, também foi presa. Há ainda outros dois mandados de busca e apreensão.
Essa terceira fase mostra a ligação dos envolvidos anteriormente, e mais as duas investigadas nessa fase, qual seja, diálogos da vereadora investigada com Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretaria da primeira dama municipal Maria Lauremilia Assis de Lucena, fazendo pedido explicito para que haja a substituição de uma nomeação por outra, ou seja, que a esposa seja contratada no lugar do marido que estava preso
Trecho da decisão da juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral
Prefeito chama prisão de ataque covarde e brutal. Em nota, Cícero Lucena afirma que a operação de hoje foi "recentemente denunciada no plenário da Câmara dos Deputados pela deputada federal Eliza Virgínia, que alertou publicamente sobre o uso político de instituições com o objetivo de influenciar a campanha eleitoral em João Pessoa".
Trata-se de uma prisão política. Lauremília tem residência fixa e jamais se recusaria a prestar depoimento ou esclarecer quaisquer fatos. Houve o uso de força desproporcional, já que ela sequer foi convocada para prestar depoimento. Claramente, os adversários de Cícero estão utilizando todos os meios para conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa.
Nota da assessoria de Cícero Lucena (PP)
Vereadora foi presa na 2ª fase da operação. No dia 19, a Polícia Federal prendeu Raíssa Lacerda (PSB), então candidata à reeleição. Segundo a PF, a vereadora é suspeita de integrar um esquema criminoso para coagir moradores a votarem em determinados candidatos. A defesa de Raíssa nega e ela se diz "alvo de perseguição". Ela renunciou à tentativa de reeleição.
Mais problemas na família. Além de Raissa, a filha de Lucena e Lauremília é investigada por suposto elo com lideranças da facção Okaida. Nesse caso, a apuração é de outra operação, a Mandare, também da PF.
Conversa interceptada. No dia 19, o UOL revelou diálogos dela com um líder do grupo, que pedia ajuda de custo e melhores empregos públicos para familiares.
PT e PL unidos. Por conta das supostas relações, os opositores do prefeito se uniram e pediram, juntos, a presença de tropas federais na eleição de João Pessoa —o que não foi aceito pela Justiça Eleitoral.
Cícero Lucena lidera com chance de reeleição em primeiro turno
Cícero Lucena (PP) lidera a corrida pela Prefeitura de João Pessoa. Segundo pesquisa do Instituto Real Time Big Data divulgada na última quarta-feira (25), o atual prefeito aparece com 53% das intenções de voto e tem chances de ser reeleito no 1º turno. Para que um candidato saia vencedor sem precisar disputar o 2º turno, ele precisa ter, ao menos, 50% dos votos válidos mais um voto.
Segundo lugar tem empate técnico triplo. Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos), ambos com 13%, e Marcelo Queiroga (PL), com 10%, estão nesta posição. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.