Moraes derruba sigilo de operação contra Gustavo Gayer
Do UOL, em Brasília e em São Paulo
25/10/2024 11h58Atualizada em 25/10/2024 18h26
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, levantou o sigilo da investigação que levou à operação desta sexta-feira (25) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suspeita de desvio de dinheiro de cota parlamentar. Decisão ocorreu pouco tempo antes de o deputado reclamar que caso estava sob sigilo.
O que aconteceu
PF realizou operação contra deputado e outras 17 pessoas nesta sexta-feira. Investigação mira associação criminosa que seria liderada pelo parlamentar bolsonarista e teria desviado verbas da cota parlamentar, inclusive para uma escola de inglês e uma loja de artigos bolsonaristas que funcionavam em um endereço em Goiânia alugado com verba de cota parlamentar do deputado. Caso estava sob sigilo e, após a deflagração da operação, ministro levantou o sigilo da representação da Policia Federal, da manifestação da PGR e da própria decisão que autorizou as buscas.
Documentos contêm os principais fatos levantados pela investigação e que foram considerados relevantes pela PF e pela PGR para justificar as medidas. Outros documentos do inquérito continuam sob sigilo, mas, na prática, as suspeitas levantadas contra o parlamentar estão públicas. As investigações apontam os crimes de associação criminosa, peculato e falsidade ideológica.
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Grupo teria usado documentos falsos para desviar verbas. Segundo as investigações da PF, a associação criminosa usou documentos falsos para a criação de uma OSCIP (Organização de Sociedade Civil de Interesse Público) e tinha o objetivo de beneficiá-la com recursos de emenda parlamentar de Gayer.
Quadro social da organização seria formado por crianças de um a nove anos. Segundo a PF, a operação de hoje recebeu o nome de "Discalculia", um transtorno de aprendizagem relacionado a números, "porque foi identificada falsificação na Ata de Assembleia da constituição da OSCIP, consistente em data retroativa (ano de 2003)".
Além disso, investigações apontam que verba de cota parlamentar foi usada para custear empreendimentos particulares de forma fraudulenta. Investigadores juntaram até mensagens de WhatsApp entre assessores do parlamentar nas quais um deles admite que havia "muitas coisas erradas" acontecendo na escola de inglês que estaria recebendo verba de cota parlamentar para atividades particulares, o que não é permitido.
Efetivamente, os indícios colhidos pela Polícia Federal revelam que o deputado federal Gustavo Gayer teria empregado seus secretários parlamentares, remunerados com recursos públicos, para o desempenho de demandas privadas, bem como teria utilizado verbas públicas para manter, ainda que parcialmente, essas atividades privadas.
Decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou a operação desta sexta