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Golpistas planejaram prender ministros do STF, além de matar Moraes

04.set.2024 - Ministro Alexandre de Moraes em sessão plenária do STF Imagem: Gustavo Moreno / STF

Colunista do UOL

26/11/2024 17h04Atualizada em 26/11/2024 17h59

O grupo de militares que planejou um golpe de Estado para manter o então presidente da República Jair Bolsonaro (PL) no poder pretendia prender ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). A informação consta do relatório final da Polícia Federal que indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

O que aconteceu

Militares orquestraram um plano de golpe que incluía matar o presidente Lula e seu vice Geraldo Alckmin, além do ministro do STF Alexandre de Moraes. Eles foram presos na semana passada. Os militares detidos são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

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O grupo pretendia "realizar a prisão preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade". Segundo a PF, o documento "evidencia uma clara ação que só poderia ser executada em caso de uma ruptura institucional, no caso a prisão de ministros do STF". O documento também aponta a necessidade de constituir um gabinete de crise para restabelecer a "legalidade e estabilidade institucional".

Trecho de relatório da PF aponta prisão preventiva de membros do STF em plano de tentativa de golpe de Estado Imagem: Reprodução/PF

PF aponta criação de "gabinete de crise". A Polícia Federal identificou uma minuta de instituição de um Gabinete de Crise, que seria criado no dia 16/12/2022, após o golpe de Estado, composto em sua maioria por militares. Os generais Augusto Heleno e Braga Netto ficariam no comando, que teria também a participação do general Mário Fernandes e de Filipe Martins, então assessor especial de Bolsonaro.

Plano tinha "ciência e autorização" de Bolsonaro, segundo a investigação da PF. Objetivo era evitar a posse de Lula (PT), após a vitória na eleição de outubro de 2022.

'Neutralizar' Moraes. Entre os materiais apreendidos pela PF, está um documento com um planejamento estratégico para um golpe de Estado, visando anular o pleito presidencial de 2022. Uma das tarefas do grupo era "neutralizar a capacidade de atuação do MIN AM", em referência a Alexandre de Moraes.

Militares colocaram em prática plano para matar Moraes. O grupo usou codinomes para combinar crime por meio de mensagens de aplicativo de celulares pré-pagos cadastrados em nomes de terceiros. Eles começaram a executar uma ação no dia 15 de dezembro de 2022, mas abortaram o plano na última hora.

O conteúdo apresentado evidencia que o documento identificado, trata-se de um planejamento estratégico que tinha como objetivo final um golpe de Estado, visando anular o pleito presidencial de 2022, com fundamento na falsa narrativa disseminada pela organização criminosa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação, com o objetivo de manter o então presidente da República, Jair Bolsonaro no poder. Para isso, as ações ainda suprimiriam o livre exercício da cúpula do poder Judiciário, mediante a prisão de ministros do STF e de agentes públicos que cumprissem suas ordens judiciais.
Relatório da PF

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