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OPINIÃO

2025 é ano decisivo para julgar mentores do 8/1, diz pesquisadora

Do UOL, em São Paulo

06/01/2025 20h02

O ano de 2025 deve ser decisivo para o julgamento de mentores que participaram de atos golpistas do 8 de janeiro, afirmou a professora, pesquisadora e advogada em direitos humanos Eloísa Machado de Almeida no UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (6).

O balanço que nós temos depois de dois anos do 8 de janeiro é de uma atuação incisiva do STF [Supremo Tribunal Federal], que já concluiu grande parte das investigações e das ações penais, promovendo a condenação de uma série de envolvidos no 8 de janeiro. Ele [o balanço] é bastante positivo em termos de responsabilização.

Mas o ano de 2025 será decisivo porque, de fato, serão os mentores, os que se beneficiariam desse golpe, que provavelmente serão levados à Justiça. Então, 2025 vai ser um ano decisivo para entender ainda como o sistema da Justiça enfrentou o 8 de janeiro. Eloísa Machado de Almeida, professora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), coordenadora do grupo de pesquisa Supremo em Pauta

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Os ataques golpistas de 8 de janeiro foram perpetrados por grupos de apoiadores bolsonaristas que não aceitaram a vitória de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022. O Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal tiveram suas sedes invadidas e depredadas.

A pesquisadora analisou todas as decisões no âmbito de investigações e em 1.379 ações penais, proferidas entre 8 de janeiro de 2023 e 5 de julho de 2024 e que estão públicas. Segundo ela, cerca de 22% das ações sobre 8 de janeiro terminaram em acordo com réus no STF.

Quando a gente olha para o total das ações e para o que esses números mostram, a gente percebe que quase um quarto dessas ações penais foram suspensas, interrompidas com uma celebração de acordo de não persecução penal, ou seja, de um acordo entre os réus e o Ministério Público, tudo isso homologado pelo Supremo, para que não se desse andamento àquela ação.

Como uma condenação nesses acordos, os réus reconheceram a sua participação no 8 de janeiro e foram determinadas uma série de medidas como, por exemplo, a proibição de sair do país até obrigação de particípios sobre o valor da democracia no Brasil. Esses acordos foram celebrados para pessoas que não estavam envolvidas na invasão da sede dos três poderes e que nem estavam na mentoria desses crimes de golpe, de abolição violenta.

Então, quando a gente olha para o total dos dados, seja para esses 22%, seja para as condenações que variaram de 11 a 17 anos, a gente percebe que o tribunal teve a capacidade, sim, de distinguir aqueles que tiveram condutas menos gravosas daqueles que tiveram condutas mais gravosas e violentas. Eloísa Machado de Almeida, professora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), coordenadora do grupo de pesquisa Supremo em Pauta

Padilha: 'Prêmio de Fernanda Torres bate de frente com Hollywood'

No UOL News, o colunista e cineasta José Padilha disse que consagração da atriz Fernanda Torres, que ganhou o prêmio de melhor atriz no Globo de Ouro, não é considerada uma surpresa e bate de frente com a indústria de Hollywood.

Para mim, [a vitória] não é surpresa porque o filme tem uma qualidade brutal e uma atuação primorosa da Fernanda. José Padilha, colunista do UOL

Fernanda Torres venceu o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro 2025 ao interpretar a personagem Eunice Paiva no filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. O longa é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015, e narra a história da mãe do escritor, que enfrenta a violência do regime militar depois da prisão e do desaparecimento do marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), no início dos anos 1970.

Outro dia Alice Braga escreveu em seu blog, na internet, que aqui em Hollydwood, os estúdios estão contratando quem tem mais seguidor, quem tem mais influência na web. Então é o ator que tem mais gente que segue ele. Não é o melhor ator. Não é o ator que estudou atuação, que tem uma grande capacidade de interpretar um personagem como a Fernanda tem. E a vitória da Fernanda, de uma certa maneira, é uma vitória da capacidade de um ator.

Não é a atriz mais famosa que estava concorrendo ao prêmio, ela só é a melhor atriz, ganhou a melhor atriz. E isso, para mim, tem um valor enorme. José Padilha, colunista do UOL

Sakamoto: 'Filme é lembrete de que golpes não podem ser anistiados'

Durante o UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto disse que a luta da personagem interpretada por Fernanda é um lembrete de que golpes não podem ser esquecidos.

A espetacular vitória da Fernanda Torres não é apenas a consagração de uma excepcional interpretação num baita filme dirigido pelo Walter Salles... A luta que ela [Fernanda] traz, a luta que ela encena, que ela interpreta, é um lembrete ao que é comum do que acontece a vida cotidiana quando golpes de estados têm sucesso. E por isso, não podem ser esquecidos, não podem ser perdoados, não podem ser anistiados. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

Veja a íntegra do programa:

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