Bolsonaro e Valdemar 'conversam muito', diz governador; STF proibiu contato
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, "conversam muito". O contato entre os dois, no entanto, está proibido por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O que aconteceu
Declaração foi dada pelo governador em entrevista à Jovem Pan. "O nosso presidente Valdemar conversa muito com o Bolsonaro, que é o presidente de honra", disse Mello na segunda-feira (13).
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O governador disse ainda que Valdemar está "amargurado" com proibição de Moraes. Segundo ele, o presidente do PL teve que providenciar uma sala distante do seu gabinete na sede do partido para que não ficasse perto de Bolsonaro durante as passagens dele por ali nas idas a Brasília. "Espero que daqui a pouquinho eles possam conversar na mesma sala para se ajudar mais", disse Mello.
Em nota, a assessoria de comunicação do PL nacional afirmou que Valdemar não mantém "qualquer contato" com Bolsonaro. Ainda segundo o posicionamento, o presidente do partido tem "respeito absoluto" pelas determinações colocadas pelo STF. Também de acordo com a assessoria, qualquer declaração contrária é fruto de "equívoco ou mal-entendido".
O advogado e assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, afirmou que o governador apenas discordou da restrição de contato entre Valdemar e o ex-presidente. "O governador Jorginho Mello reforça, como disse na própria entrevista, que discorda completamente da restrição imposta contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o presidente de honra do PL, Jair Bolsonaro, e reafirma que ambos seguem cumprindo a decisão judicial apesar de ser injusto, segundo o próprio governador", disse, em nota enviada ao UOL.
Não é preciso muito esforço para perceber que Jorginho se referia ao período em que ambos construíram juntos, Valdemar e Bolsonaro, o partido mais sólido do Brasil, com os resultados históricos do PL nas eleições de 2022. Qualquer outra interpretação inventada é fruto das mesmas distorções da realidade já enfrentadas pelo governador e pelo ex-presidente Bolsonaro em outros momentos.
Fábio Wajngarten, sobre a fala de Jorginho Mello
Alexandre de Moraes proibiu Valdemar e Bolsonaro de se comunicarem. A determinação foi dada no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro do ano passado pela Polícia Federal para investigar uma suposta organização criminosa que teria atuado em uma tentativa de golpe para manter Bolsonaro na Presidência da República.
Estratégias para evitar encontros. Em eventos políticos com presença de Bolsonaro e Valdemar, eles têm chegado em horários diferentes para não se encontrar e se revezado no palco para fazer discurso.
Valdemar e Bolsonaro foram indiciados pela PF no inquérito do golpe. Eles são suspeitos de integrar a organização que teria planejado um golpe de Estado para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente em 2022, não assumisse o cargo. Outras 38 pessoas também foram indiciadas no inquérito.