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'Honrar o nome do Fuad é um ideal que jamais abrirei mão', diz vice

Alvaro Damião, vice-prefeito de Belo Horizonte, e Fuad Noman, prefeito da capital mineira - Reprodução/Instagram Alvaro Damião, vice-prefeito de Belo Horizonte, e Fuad Noman, prefeito da capital mineira - Reprodução/Instagram
Alvaro Damião, vice-prefeito de Belo Horizonte, e Fuad Noman, prefeito da capital mineira Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

26/03/2025 12h15Atualizada em 26/03/2025 14h25

O vice-prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), disse que vai honrar o nome de Fuad Noman (PSD), prefeito licenciado da capital mineira que morreu hoje após sofrer uma parada cardíaca.

O que aconteceu

"Não vai ser fácil. Mas honrar o nome do Fuad é um ideal que jamais abrirei mão", disse Damião. O vice estava como prefeito em exercício desde janeiro, quando o companheiro de chapa foi internado com insuficiência cardíaca.

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Fuad sofreu uma parada cardiorrespiratória às 22h de ontem. Ele foi reanimado, mas respirava com aparelhos. Segundo a equipe médica, estava com insuficiência renal aguda e entrou em choque cardiogênico —quando o coração não consegue bombear sangue para os outros órgãos. A causa da morte foi consequência das complicações de um Linforma não-Hodgkin, diz boletim médico.

O velório de Fuad Noman acontecerá amanhã, no saguão da prefeitura de Belo Horizonte. Segundo a prefeitura, o velório será aberto ao público.

"Ele nos deixa um exemplo de vida e um legado de compromissos com a causa pública", escreveu o vice nas redes sociais. Segundo Damião, Fuad era um "homem do diálogo, da convergência e da união". Ele contou ainda que o prefeito o tratava como filho, "sempre me orientando, aconselhando e puxando a orelha quando havia necessidade".

Radialista, o vice assume agora o cargo de prefeito oficialmente. Ele foi responsável por ler o discurso de Fuad na cerimônia de posse —o prefeito, na época, não participou da cerimônia presencialmente por recomendação médica. De máscara e com dificuldades para falar, ele fez apenas o juramento por videochamada. Damião chegou a se emocionar ao ler parte do discurso.

Damião trabalhou na rádio Itatiaia e TV Alterosa, afiliada ao SBT em Minas Gerais, e na Record. Ele iniciou sua trajetória política em 2017, como vereador. Em 2020, foi reeleito com quase 13 mil votos. Antes, como vice, comandava também a secretaria de Governo de Belo Horizonte —a pasta é responsável pela articulação com os vereadores.

A política pode ser feita com ternura. Fuad era firme sem ser intolerante. Era propositivo, sem jamais ser impositivo. E sabia muito bem o que queria, sendo um homem do diálogo, da convergência e da união.
Alvaro Damião, vice-prefeito de BH

Quem foi Fuad Noman

Nascido em Belo Horizonte, o prefeito deixa esposa, dois filhos e quatro netos. "Fuad era conhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte. Um homem público íntegro, cuja história se confunde com o desenvolvimento da nossa cidade", declarou a Prefeitura de Belo Horizonte, em nota.

Vice-prefeito de Alexandre Kalil (Republicanos), Fuad assumiu a prefeitura em 2022. O então prefeito, em seu segundo mandato, renunciou ao cargo para se candidatar ao governo de Minas Gerais naquele ano. No primeiro mandato de Kalil (2017-2020), Fuad foi secretário de Fazenda da cidade.

Nas eleições de 2024, o político do PSD reuniu uma frente de esquerda para vencer Bruno Engler (PL) no segundo turno. Foi apoiado pelo presidente Lula e por dois rivais do primeiro turno, Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT). Acabou reeleito com 53,73% dos votos, contra 46,27% do adversário, e citou a "virada história" em seu discurso de vitória —Engler ficou na frente no primeiro turno.

Antes, atuou em outros cargos da administração federal e municipal. Formado em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, começou a trabalhar no serviço público como funcionário do Banco Central. Foi secretário da Fazenda de MG entre 2003 e 2006 e secretário de Transportes e Obras Públicas entre 2007 e 2010. Também trabalhou como secretário-executivo da Casa Civil no governo FHC e foi consultor do FMI e presidente da Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais) em 2011.


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