Enquanto as atenções do mundo estão voltadas para a guerra na Ucrânia, outro conflito provoca cenas horríveis de civis, muitas vezes crianças, feridos. A guerra na Etiópia, na África, se arrasta por quase um ano e meio.
As forças pró-governo e os rebeldes da região de Tigré se enfrentam no norte da Etiópia desde novembro de 2020, quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou o exército federal para expulsar as autoridades da região, governada então pela TPFL (Frente de Libertação do Povo Tigré), movimento que contestava há vários meses sua autoridade.
As tropas rebeldes da TPLF foram rapidamente derrotadas. Mas, em 2021, os insurgentes tomaram o controle da região e, desde então, avançaram para as regiões vizinhas de Amhara e Afar.
No final de março, a Etiópia anunciou um cessar-fogo unilateral, o segundo anunciado em um conflito que já dura 17 meses e que deslocou milhões de pessoas e colocou centenas de milhares em condições de fome.
Uma nova frente na guerra na Etiópia, na região de Afar, porém, está colocando em risco os esforços para fazer com que os inimigos participem das negociações de paz, disseram três autoridades regionais e três diplomatas, e o cessar-fogo declarado pode ter sido rompido em alguns lugares.
A explosão da violência em Afar, neste ano, ocorreu após os combates nas regiões vizinhas de Tigré e Amhara chegarem a um impasse enquanto ganhavam força os esforços para fazer com que o governo em Adis Abeba e os rebeldes em Tigré concordassem em participar das negociações de paz.
"Não pode haver paz na Etiópia enquanto houver combates em Afar", disse Mussa Ibrahim, um líder de clã em Erepti, um dos seis distritos em Afar atualmente ocupados pelas forças de Tigré.