Foco no diálogo e na economia
Nos corredores do Congresso Nacional, ao cruzar com um dos 513 representantes da Câmara, a reportagem do UOL aborda e questiona: "Deputado, aquele projeto será aprovado?". "Depende da vontade do Maia", diz o entrevistado.
Esta é possivelmente a resposta mais ouvida pelos jornalistas que apuram o andamento de proposições e tentam, à medida do possível, vislumbrar cenários para o próximo ano. É também um retrato do poder que Rodrigo Maia (DEM-RJ) acumulou em 2019, período em que foi apelidado como "primeiro-ministro" de um país desmazelado pela radicalização na política.
Parte do prestígio obtido pelo parlamentar neste ano se deve à aprovação da reforma da Previdência. Colegas avaliam que o projeto encaminhado pelo Ministério da Economia avançou "apesar do governo", e não "em função" da articulação da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso.
Ainda no primeiro semestre, Maia já havia aglutinado lealdade e apoio, sobretudo dos partidos de centro, o centrão, ao liderar a aprovação do orçamento impositivo. A matéria amplia o poder do Parlamento porque, já em 2020, obrigará o governo Bolsonaro a liberar recursos de emendas.
Deputados ouvidos pelo UOL são unânimes ao dizer que Maia é o responsável por ditar o ritmo do Congresso. Em especial na agenda econômica e em dialogar com líderes de segmentos distintos, tanto à esquerda como à direita. A interlocução seria facilitada pela postura moderada do chefe da Câmara.