Há pouco mais de um ano, Maria Aparecida da Silva, 56, cata alimento jogado fora pelo sacolão do bairro onde trabalha. Tomou essa decisão depois de ver outras pessoas fazendo o mesmo.
No início, só observava. Depois, perdeu o receio.
Faz isso ao menos uma vez na semana. "Eu pego verdura aqui, é mais para ajudar em casa", conta. Foi a maneira que encontrou de economizar na alimentação.
Faxineira, ganha por hora trabalhada e afirma ter um salário bruto de R$ 340. Por causa da pandemia, teve a renda reduzida, porque a demanda dos clientes diminuiu.
Preocupada, fala da disparada no valor da conta de luz nos últimos dois meses. A tarifa mais alta esgarçou o orçamento familiar. Sem saber o que era bandeira vermelha, ligou na fornecedora de energia para cancelar o serviço, mas foi informada de que não era possível.
A bandeira vermelha, adotada quando há crise hídrica, por exemplo, aponta que está mais caro gerar energia no país, o que adiciona uma taxa extra ao valor cobrado na conta de luz.