Atendendo a promessa de campanha, o presidente Jair Bolsonaro assinou, em seu 15º dia de governo, um decreto que flexibiliza a posse de até quatro armas de fogo por pessoa no país. O ato foi comemorado por entusiastas e reprovado por opositores do governo. No entanto, uma parcela da população que já está armada, inclusive nas ruas, se divide quanto à eficiência da medida.
Reportagem do UOL revelou que 80% dos policiais assassinados no Brasil em um ano morreram durante a folga (veja detalhes em infográfico abaixo). Diante deste quadro, agentes civis e militares afirmam que a posse de arma, por um cidadão comum, não será eficiente para a defesa de sua vida, uma vez que policiais, com porte, treinados e preparados, morrem mais na folga, apesar de armados.
Enquanto Elisandro Lotin, sargento da PM de Santa Catarina, por exemplo, afirma que "se arma fosse motivo de segurança, não teríamos tantos policiais mortos", o coronel Frederico Caldas, que já foi coordenador-geral das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro, não é contrário à legitimidade do direito à posse, mas afirma que a medida gera riscos e é "temerária".
O governo federal afirma que a assinatura do decreto respeita a vontade popular. "Conforme votação do Estatuto do Desarmamento, em 2005, quando a população brasileira decidiu que o comércio de armas não deveria ser proibido", informou, por nota, a Casa Civil da Presidência. Veja, a seguir, os argumentos de policiais contrários à facilitação da posse de arma de fogo para a população.