'Pai do Talibã' permite uso de vacinas contra a pólio no Paquistão
Um religioso radical paquistanês conhecido como o "Pai do Talibã" emitiu uma fatwa - pronunciamento legal de um especialista em lei religiosa islâmica - pedindo aos pais para imunizarem seus filhos contra a poliomielite e outras doenças fatais, acrescentando que a vacinação está em conformidade com a lei do Islã.
O Talibã ordenou a proibição da vacinação em resposta ao fato de a CIA ter recrutado o médico Shakeel Afridi para executar um suposto falso programa de vacinação na cidade paquistanesa de Abbottabad. O objetivo real seria obter amostras de DNA que pudessem ajudar a identificar Osama bin Laden.
Afridi foi preso depois que as tropas americanas mataram o chefe da Al-Qaeda, em sua casa, em maio de 2011.
A proibição provocou uma onda de casos de pólio no Paquistão, que ameaça os esforços mundiais para erradicar a doença infecciosa, e que também é endêmica na Nigéria e no Afeganistão.
Desde a proibição da vacina, em junho 2012, combatentes talibãs têm atacado regularmente trabalhadores médicos e membros das forças de segurança, o que já resultou em pelo menos 25 mortes.
Porém, de acordo com uma declaração assinada por Maulana Sami-ul-Haq, que lidera o seminário radical Dar-ul-Uloom Haqqania, em 30 de outubro, os pais devem ignorar os avisos dos militantes.
"De acordo com a Sharia, não há mal nenhum em usar vacinas que especialistas da área médica recomendam para salvar as crianças das doenças mortais", afirmou o comunicado desta terça-feira.
"Poliomielite, sarampo, tétano, tuberculose, etc. são doenças fatais e perigosas, e as vacinas para salvar as crianças e as mulheres grávidas são eficazes e inofensivas. Não há sentido nas dúvidas e suspeitas que estão sendo espalhadas contra elas".
"Os pais devem dar as injeções e gotas dessas vacinas a seus filhos para salvá-los de doenças fatais", acrescentou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.