Nova York registra seu primeiro caso de ebola
O médico Craig Spencer, 32, foi hospitalizado nesta quinta-feira (23) em Nova York com o vírus ebola, confirmou o prefeito da cidade, Bill de Blasio, em entrevista à imprensa.
"Os exames realizados hoje [quinta-feira] confirmaram que um paciente aqui na cidade de Nova York teve um resultado positivo para ebola", disse De Blasio.
"Queremos deixar claro, desde o início, que não há razão para que os nova-iorquinos fiquem alarmados", destacou De Blasio, insistindo que a cidade de 8,4 milhões de habitantes está preparada para enfrentar o problema.
"O ebola é muito difícil de se contrair. Se transmite apenas pelo contato com o sangue e outros fluidos corporais" da pessoa infectada, recordou o prefeito.
Craig Spencer, recém chegado da África, foi internado de urgência com febre alta e dores abdominais, e os exames revelaram a presença do ebola.
O médico esteve na Guiné, um dos três países afetados pela epidemia de ebola, junto à Serra Leoa e Libéria.
Spencer trabalhou para a Médicos sem Fronteiras na Guiné e tratou de pacientes com o vírus até 12 de outubro, antes de viajar para a Europa, dois dias depois.
O médico está internado no hospital Bellevue de Manhattan, preparado especialmente para tratar casos de ebola em Nova York, a cidade mais povoada dos Estados Unidos.
As autoridades de Nova York iniciaram uma investigação sobre as pessoas que mantiveram contato com Spencer desde seu regresso a Nova York, há dez dias, e que podem estar com a doença.
A namorada e dois amigos de Spencer - que não apresentam sintomas - foram colocados em quarentena. O apartamento do médico no Harlem está lacrado.
A Médico Sem Fronteiras (MSF) relatou que Spencer, que trabalhou para a organização "em um dos países da África afetados pelo ebola, informou à organização que apresentava febre, cumprindo com as estritas determinações observadas pelo pessoal que retorna de uma missão...".
Imediatamente após o comunicado de Spencer, a MSF informou a situação aos serviços de saúde de Nova York, com base nos protocolos adotados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ebola já matou 4.877 pessoas (das 9.936 contaminadas), principalmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné, foco da atual epidemia, iniciada em dezembro de 2013.