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Pessoas mais baixas têm maior risco de doença cardíacas

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Imagem: Shutterstock

08/04/2015 18h21

Pessoas baixas correm maior risco de terem complicações graves devido à obstrução de artérias: é o que diz um estudo divulgado nesta quarta-feira que confirmou, através da análise genética, uma antiga relação entre altura e doenças cardíacas.

O estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Leicester foi publicado no "New England Journal of Medicine". A pesquisa é a primeira a mostrar que o risco maior é principalmente devido a uma variedade de genes que influenciam se uma pessoa é alta ou baixa, e não a outras variáveis, como pobreza ou má alimentação.

Os pesquisadores examinaram 180 variantes genéticas em um banco de dados de cerca de 200 mil pessoas com e sem doença arterial coronariana, causada pelo acúmulo de placas nas artérias, podendo levar a um ataque cardíaco - causa mais comum de morte prematura em todo o mundo.

Eles descobriram que cada 6,3 centímetros na altura de uma pessoa afeta o risco de doença arterial coronariana em 13,5%.

Como exemplo, uma pessoa de 1,5 metro de altura teria, em média, um risco 32% maior de desenvolver doença arterial coronariana do que uma pessoa que mede 1,68 metro, disse o estudo.

"Quanto mais variantes genéticas que aumentam a altura a pessoa leva, menor é o risco de doença arterial coronariana", explicou Christopher Nelson, coautor do estudo e catedrático da British Heart Foundation na Universidade de Leicester.

"E, inversamente, se a pessoa é geneticamente menor, maior é o risco", afirmou.

Os pesquisadores esperam que um estudo mais aprofundado dos genes implicados na relação entre altura e doença cardíaca possa levar a uma melhor prevenção e tratamento no futuro.

"Por mais de 60 anos, sabe-se que há uma relação inversa entre altura e risco de doença arterial coronariana", disse o principal autor do estudo, Sir Nilesh Samani, professor de cardiologia da Universidade de Leicester.

"Agora, usando uma abordagem genética", ressaltou o cientista, "foi possível mostrar que a associação entre menor estatura e maior risco de doença cardíaca coronária é uma relação primária e não é devido a variáveis de confusão".