Brasil entra na rota do turismo reprodutivo e atrai africanas
Nos últimos anos, o Brasil também entrou na rota do chamado "turismo da fertilidade" - o setor que atende estrangeiros que cruzam a fronteira de seus países para ter acesso a tratamentos para ter filhos em outros lugares.
Clínicas brasileiras especializadas em fertilização in vitro e outras técnicas de reprodução assistida vêm recebendo um número crescente de pacientes estrangeiros, principalmente (embora não apenas) de origem africana, que procuram o Brasil para realizar o sonho da maternidade ou paternidade.
Segundo especialistas consultados pela BBC Brasil haveria dois atrativos para as africanas: a qualidade das clínicas privadas brasileiras e o idioma comum.
O Brasil tem mais de 100 clínicas especializadas em medicina reprodutiva e profissionais de boa reputação. "Em geral essas pacientes vêm de países em que não há boas clínicas", explica Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
Além disso, a maioria é proveniente de países cujo idioma é o português, como Angola e Moçambique - e o fato de poderem falar na sua língua com o médico e as enfermeiras é algo que ajuda a explicar porque escolheram o Brasil.
Preço
Outro atrativo do país é baixo custo dos procedimentos se comparado com os valores cobrados por clínicas europeias e americanas, por exemplo.
No Brasil, um procedimento de fertilização in vitro custa por volta de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Nos países desenvolvidos, em geral, se paga o dobro.
"A busca por custos mais baixos também é uma das motivações de americanas e canadenses que nos procuram", diz Silvana Chedid, diretora da clínica Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) em São Paulo.
Ela explica que o fator "preço" também contribui para que brasileiras que moram no exterior e são casadas com estrangeiros optem por voltar para o país para fazer o tratamento na hora de ter filho.
O Brasil também tem enviado algumas pacientes para outros lugares - principalmente para a Espanha - em geral quando há problemas para encontrar doadoras de óvulos no país.
Dzik diz já ter encaminhado pessoalmente algumas brasileiras para o país europeu. Segundo Chedid, em sua clínica esse encaminhamento ocorre nos casos em que a receptora não consegue encontrar um fenótipo específico de doadora no Brasil.
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