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Proteína pode prever como vítima de AVC irá se recuperar

Em Viena

24/09/2013 09h42

Uma proteína pode ser a chave para determinar se a vítima de um ataque isquêmico se recuperará ou não de um AVC (Acidente vascular cerebral), segundo uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria, e divulgado nesta segunda-feira (23) em um Congresso Mundial de Neurologia, realizado em Viena.

Os cientistas, liderados pelo neurologista Thomas Seifert-Held, conseguiram prever qual será a evolução dos pacientes que tiveram um ataque isquêmico (perda de irrigação sanguínea no cérebro por embolia).

As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de morte natural no Brasil. De acordo com dados de 2012 divulgados este ano pelo Ministério da Saúde, 20% dos brasileiros entre 20 e 59 anos morreu deste tipo de doença.

"Estudamos a relação que existe entre a proteína Lipocalina Associada a Gelatinase de Neutrófilos (NGAL) e as vítimas de um ataque isquêmico", explicou à Agência Efe, Seifert-Held.

"Após analisar o sangue das vítimas de AVC, comprovamos que aqueles com níveis mais altos de NGAL depois do ataque tiveram uma recuperação muito pior do que os que têm níveis baixos da proteína", acrescentou.

O estudo desses biomarcadores serve para a realização de um diagnóstico mais urgente do paciente, permitindo prever como evoluirá o corpo após o infarto cerebral e o grau de sucesso do tratamento.

O diagnóstico com os dados deve conter outras informações, como idade e pressão arterial do paciente, para ser o mais confiável possível.

A pesquisa de parâmetros biológicos para as isquemias ainda é muito recente, "tem somente cinco ou seis anos" ressaltou Seifert-Held.

"Estamos buscando, por exemplo, biomarcadores que indiquem se o ataque é isquêmico ou hemorrágico, porque à primeira vista os sintomas são os mesmos", detalhou.

Eles se diferenciam porque um acontece quando uma artéria que leva oxigênio ao cérebro é obstruída por um coágulo de sangue (isquêmico) ou se rompe (hemorrágico).

"Esta diferenciação ajudaria muito a alcançar um diagnóstico rápido, especialmente em uma emergência como é um AVC, porque até agora só dá para saber essa informação com uma tomografia", destacou.

"Nosso trabalho contribuiu para ressaltar a relevância que podem ter os biomarcadores e a tarefa agora é identificá-los com mais sensibilidade e especificidade", concluiu Seifert-Held.