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Preconceito é o maior inimigo no combate ao câncer de próstata

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

16/09/2008 18h00

Pouco mais de dois anos após ter diagnosticado tardiamente um câncer de próstata, o cantor Waldick Soriano, de 75 anos, faleceu no início do mês, vítima da doença. O triste episódio serve de alerta para os homens: quando diagnosticado na fase inicial, em que o câncer ainda está restrito à próstata, a chance de cura é de 90%, segundo o urologista Ubirajara Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção São Paulo. De acordo com os médicos, o preconceito resultante da cultura machista que inibe o homem de fazer o exame de toque ainda é o grande entrave para prevenir a doença.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil terá neste ano 49.530 novos casos de câncer de próstata, o que significa que, a cada 100 mil homens, 52 desenvolverão a doença. Os números são semelhantes ao principal câncer entre as mulheres, o de mama: 49.400 novos casos em 2008 e taxa de incidência de 50 em100 mil mulheres. A grande diferença está na busca pela detecção precoce da doença. Enquanto em 2007, 17 milhões de mulheres procuraram um ginecologista, apenas 3 milhões de homens foram ao urologista.

"Fizemos um levantamento com 400 pacientes que foram pela primeira vez ao médico e 40% deles só chegaram ao consultório por influência da mulher. Homem é muito reticente", diz Ferreira. O câncer de próstata não tem sintoma algum na fase inicial, por isso os exames de sangue (PSA) e toque são imprescindíveis.

Sintomas
O câncer de próstata é assintomático. Quando há sinais, como dificuldade para urinar e gotejamento, o câncer já está avançado. A detecção é feita por exame de sangue e de toque. Homens acima de 45 anos devem fazer exames todo ano.

O câncer de próstata é considerado o câncer da terceira idade: três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Quando detectado na fase inicial (com o tumor restrito à próstata), o tratamento é feito com cirurgia ou radioterapia. O tratamento pode levar à impotência (em 60% dos casos) e à incontinência urinária.