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Influência do clima na saúde é testada para prever internações

11/05/2009 12h45

São Paulo - O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) testa uma nova ferramenta capaz de prever, com até uma semana de antecedência, quantas internações hospitalares serão provocadas por influência do clima. Na prática, será possível saber o acréscimo de pacientes com crises respiratórias e cardíacas nas unidades de saúde, em semanas marcadas pelo calor, frio e concentração de gases tóxicos - característica do outono. O estudo está sendo feito em 13 capitais do Brasil, uma delas é São Paulo.

Quando concluído, a população poderá ter acesso às informações e, assim como hoje consegue saber se amanhã vai chover ou esfriar, terá dados sobre o aumento de internações por bronquite ou asma, por exemplo, para poder prevenir-se. A aplicação da "meteorologia da saúde" foi idealizada pela pesquisadora Micheline Coelho, que trabalha no Inmet, com a proposta de servir de norte para as autoridades públicas traçarem estratégias de prevenção e atendimento, já que o combinado de fatores meteorológicos e gases tóxicos é responsável por crises respiratórias, enfartes, derrames e até mortes, conforme atestam pesquisas nacionais e internacionais.

Micheline utiliza o Modelo Brasileiro de Clima e Saúde, que usa o mesmo princípio da previsão do tempo, mas com o cruzamento de números de internações. "Em breve, a meteorologia poderá auxiliar em mais uma área da sociedade: a saúde", explicou e não só para a agricultura, como acontece hoje. O passo inicial do novo modelo de "previsão de internação" foi dado na capital há quatro anos. No período, ela avaliou os registros de 67.538 internações por asma, bronquite e pneumonias, cruzados com os dados de temperatura do Instituto de Astronomia da USP e com as medições de poluição da Cetesb.

Entre as conclusões da avaliação está, por exemplo, que quando a concentração de dióxido de enxofre (SO2) aumenta até 0 a 10 mg/m3, as internações por motivos respiratórios crescem 13,9%. No caso do monóxido de carbono (CO), a variação de 0 a 16 ppm provoca 82,6% a mais de pacientes internados. A necessidade de uma ferramenta que afere os impactos das condições meteorológicas no movimento dos hospitais é respaldada pelos ensaios clínicos que já comprovaram essa influência.

Mortes

O último estudo, divulgado este mês pelo Laboratório de Poluição da USP e conduzido pelo médico Paulo Saldiva, atestou que as ondas de frio (quando os termômetros mudam bruscamente de temperatura) provocam sete mortes de idosos a mais por dia. Quando o fenômeno é inverso, ondas de calor, são três pessoas com mais de 65 anos que não sobrevivem naquele dia. "O corpo humano não está preparado para lidar com os extremos, por isso o aquecimento global é tão nocivo", alerta .

AE

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