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Investimento em pesquisa deve ganhar fôlego após vacina antiaids

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

25/09/2009 10h00

Pesquisadores brasileiros comemoraram os resultados da vacina antiaids. Alexandre Grangeiro, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), considerou os dados com o protocolo usado na Tailândia "uma novidade promissora". Ele recorda que as atuais estratégias para conter a epidemia parecem ter chegado a um ponto de estagnação. "Uma vacina contribuiria para avançar no combate à doença."

 

Estima-se que cerca de 33 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus HIV no mundo, e uma vacina teria enorme impacto, principalmente em regiões onde a infecção é endêmica, como na África sub-saariana. Mas o HIV parece ser extremamente eficiente em "enganar" o sistema imunológico, daí o fracasso em se produzir uma vacina que proteja contra o vírus. Este último estudo renova o otimismo dos pesquisadores de vacinas, depois de anos de decepções. Leia mais
ENTENDA A VACINA
UOL CIÊNCIA E SAÚDE

Os resultados negativos obtidos com outras vacinas teriam contribuído para diminuir os esforços na área. "O novo protocolo reverte essa perspectiva negativa", diz. "As pesquisas devem receber um novo ânimo."

O responsável pela unidade de pesquisa em vacinas do Centro de Referência e Tratamento em DST/aids de São Paulo, Artur Kalichman, considera importante pesquisas amplas como a feita na Tailândia. "É a primeira vez que surge uma resposta imunológica ao vírus produzida por uma vacina", aponta. "Com os fracassos anteriores, muita gente disse que não valeria a pena realizar testes clínicos tão cedo."

Paulo Teixeira, consultor do Programa das Nações Unidas para Aids, também aponta que os investimentos podem crescer. A maior parte, atualmente, vem de programas governamentais e instituições sem fins lucrativos. Teixeira e Kalichman apontam que o resultado pode animar a iniciativa privada a investir mais. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".