Saúde e assistência são áreas mais afetadas pelo crack no interior paulista
![Presente em pelo menos 94% das cidades paulistas, a droga virou um desafio para gestores - Joel Silva/Folhapress](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/2014/05/14/14mai2014---usuarios-de-crack-comecam-a-usar-espaco-cercado-pela-prefeitura-na-regiao-da-cracolandia-no-centro-de-sao-paulo-nesta-quarta-feira-14-o-prefeito-fernando-haddad-pt-disse-hoje-que-a-1400110731705_300x420.jpg)
As áreas de saúde e assistência social são as duas mais afetadas pelo avanço do crack no interior de São Paulo, segundo as prefeituras municipais. A droga, que surgiu no Brasil há 25 anos, é usada regularmente por cerca de 350 mil pessoas no Estado. Presente em pelo menos 94% das cidades paulistas, a droga virou um desafio para gestores, principalmente, dos municípios pequenos e médios, onde falta estrutura para atendimento dos dependentes, gente capacitada e ações integradas para enfrentar o problema.
“Hoje não temos estrutura técnica nem física para operar esse tratamento. Pelos números que temos, praticamente não existe estrutura e os municípios não têm condição de fazer o enfrentamento sozinhos”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski. “Das 645 cidades de São Paulo, 94% declararam ter o crack como droga presente e mais de 70% disseram enfrentar problemas. É um número bastante elevado.”
Em um questionário específico sobre quais áreas eram as mais prejudicadas, a saúde foi a área mais citada como afetada pelo problema do crack (28%), como era de se esperar. São os Caps-AD (Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) a porta de entrada para os dependentes na rede pública de saúde. O serviço especializado gerido pelos municípios, mas custeado pela União via SUS (Sistema Único de Saúde), é um bom termômetro para se verificar os estragos gerados pelo avanço da droga.
“O problema é que o número de unidades é insuficiente e as equipes não são bem treinadas”, avalia o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, que estuda e trata usuários de droga na Universidade Federal de São Paulo. A segunda área apontada como a que mais sofre reflexos da droga é a assistência social, com 26%, e a segurança foi apontada como terceiro item mais afetado, com 20%.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu nesta quarta-feira, 4, que a dependência química é uma doença que precisa de tratamento médico, em seu programa Conversa com o Governador. “Nós combatemos o tráfico com ação firme da PM e investigação da Polícia Civil. De outro lado, com tratamento de saúde para aqueles que são doentes.” Reportagem especial multimídia do Estado mostrou o avanço da droga no interior paulista e os problemas gerados.
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