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Remédio para prevenção da Aids ainda está distante de estratégia nacional

Comprimido de Truvada aprovado pelo FDA como pílula preventiva contra Aids - Jeff Chiu/AP
Comprimido de Truvada aprovado pelo FDA como pílula preventiva contra Aids Imagem: Jeff Chiu/AP

Lilian Ferreira

Do UOL, em São Paulo

16/07/2012 18h24

Apesar de a agência reguladora de medicamentos dos EUA ter aprovado um remédio para a prevenção da Aids, as estratégias nacionais de combate à doença não devem mudar.  "A aprovação permite a comercialização do Truvada nos EUA com esta finalidade, mas há uma distância grande para que uma estratégia como esta ocupe uma posição de prioridade no programa brasileiro", disse Ronaldo Hallal, coordenador do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Segundo Hallal, são mais importantes as estratégias já adotadas no país como a ampliação do diagnóstico, o tratamento dos infectados para melhorar a qualidade de vida e diminuir a transmissão e o incentivo ao uso de preservativo.

"Ainda há controvérsia de como seria a implementação [do remédio para prevenção] no sistema de saúde. Claro que se tiver usando vai evitar a transmissão, mas quanto isso pode ser aplicável num sistema de saúde e no SUS do Brasil? Até porque existem outras estratégias mais eficazes e exequíveis na prevenção. O Brasil vem trabalhando intensamente para ampliar o diagnóstico da população no país e o emprego do tratamento para melhorar a qualidade de vida e dimunuir a transmissão. Um estudo do ano passado indica que o tratamento evita a transmissão em 96%", conta o coordenador.

@saúde fala sobre prevenção

  • Novos métodos ajudam a prevenir contágio por HIV

O tratamento de Aids é gratuito no país e já conta com remédios similares ao Truvada há quase 10 anos. Além disso, Hallal destaca que a profilaxia pós-exposição, ou seja, a medicação após o possível contato com o vírus do HIV para tentar impedir a contaminação, já é feita no SUS desde 2010.

"A profilaxia está disponível para toda pessoa que tenha tido contato sexual desprotegido com quem sabidamente tenha HIV ou que presumidamente possa ter HIV. A situação é avaliada pelo profissional da saúde especializado, que pode ser encontrado no SUS ou em locais de atendimento especial para DST/Aids ou de violência sexual", conta. Segundo ele, quase 2 mil kits já foram distribuídos e a busca por médico é essencial também para ampliar o diagnóstico.

O Truvada já era aprovado pelo FDA, órgão regulador americano, para tratamento de Aids e profilaxia pós-exposição.