EUA começam testes com vacina experimental contra ebola em humanos
Do UOL, em São Paulo
02/09/2014 16h46
Testes com uma vacina experimental contra o ebola começaram a ser feitos esta semana em voluntários no centro clínico do National Institutes of Health, em Maryland, nos Estados Unidos.
Pelo menos 20 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 50 anos, divididos em dois grupos de dez participantes, receberão uma única injeção da vacina durante essa semana.
A vacina é bivalente, isto é, tem em sua composição fragmentos dos vírus ebola zaire e ebola sudão, que, em vez de causarem a infecção por ebola, em tese, causariam uma resposta imune ao indivíduo que for toma-la.
É a disseminação do ebola zaire responsável pela epidemia de ebola que acomete Serra Leoa, Guiné, Libéria, Nigéria e Senegal. O surto já deixou mais de 3.000 infectados e mais de 1.500 mortos de fevereiro a setembro, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
A vacina passa pela fase um de ensaios clínicos, em um total de três até que chegue a população. Nessa etapa, as doses são testadas apenas em um pequeno grupo de pessoas para avaliar sua segurança e a resposta imune que provoca.
Segundo o NIH, com sede em Bethesda, não há risco dos voluntários contraírem ebola ao tomarem a vacina.
"Há necessidade urgente de uma vacina protetora do ebola, e é importante estabelecer que ela seja segura e estimule o sistema imunológico a reagir de uma forma necessária para proteger contra a infecção", disse Anthony S. Fauci, diretor do NIH.
A criação da vacina foi feita pelo NIH junto com o Instituto de Pesquisa Médica do Exército dos EUA e da empresa de biotecnologia suíça-italiana Okairos, adquirida pela GSK em 2013.
A mesma vacina será testada em voluntários no Reino Unido, na Gâmbia e no Mali, com ensaios de fase um liderados por pesquisadores da Universidade Oxford.