Sistema eficaz em postos acabaria com superlotação em hospitais, diz CFM
Um relatório produzido pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) sobre o funcionamento dos postos de saúde do Brasil verificou que falta equipamentos e estrutura em unidades de todo o país. Dados exclusivos do relatório registrados em reportagem do "Fantástico" mostraram que 52% dos postos de saúde não possuem negatoscópio, aparelho usado para iluminar radiografias, 29% não possuem estetoscópio e 32% não têm sequer impressoras. Os dados foram coletados no ano passado durante vistorias feitas por fiscais dos conselhos regionais de medicina.
A reportagem mostrou a falta de estrutura e dificuldades enfrentadas pela população que recorre a postos de saúde em São Gonçalo (RJ), em Belém (PA), em Maceió (AL) e no município de Governador Lindenberg (ES). Nas unidades mostradas, os problemas iam desde falta de acessibilidade, medicamentos, equipamentos, horário de funcionamento, dados disponíveis no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) que não condizem com a realidade até falta de água nas torneiras.
De acordo com Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina, um sistema mais eficaz de tratamento e prevenção nos postos de saúde poderia desafogar os hospitais públicos. "Se nós tivéssemos um sistema de atenção primária, ou seja, em que a prevenção fosse eficaz, nós teríamos 80% dos de casos de saúde resolvidos, evitando a superlotação dos hospitais", afirmou ao programa.
As secretarias de Saúde dos municípios citados informaram à reportagem do "Fantástico" que os problemas seriam solucionados. Em São Gonçalo (RJ), a rampa que falta no posto citado na reportagem deve ficar pronta em seis meses; em Belém, a pasta afirmou que abrirá sindicância para apurar as irregularidades nos postos citados; em Maceió, o posto será deslocado para um novo local; e em Governador Lindenberg (ES) o órgão afirmou que os moradores que decidiram construir um posto de atendimento não têm autorização para completar a obra.
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