Italiano morre após transplante de coração e causa polêmica
Da ANSA, em Roma
27/09/2017 17h59
O caso da morte de um idoso de 60 anos em Roma, após passar por um transplante de coração há cerca de um ano, virou polêmica nesta quarta-feira (27) na Itália. Isso porque diversos jornais publicaram que a Procuradoria da capital abriu uma investigação para verificar se o órgão utilizado estava sadio.
A família do homem transplantado acusou a equipe médica do hospital San Camillo de utilizar um órgão que já apresentava problemas clínicos. De acordo com os parentes, o coração transplantado vinha de um homem de 50 anos que teria morrido de um ataque cardíaco em Milão. Dois dias depois de receber o órgão, o idoso romano faleceu.
Reforçando a tese da família, a autópsia feita no corpo do idoso teria confirmado a falha do coração e a Procuradoria, então, abriu um inquérito por "homicídio culposo" que teria sido ocasionado por "erro médico".
Após a divulgação da notícia, o diretor do Centro Nacional de Transplantes (CNT), Alessandro Nani Costa, descartou a acusação e afirmou que o "coração transplantado no homem que faleceu após o procedimento estava normal".
"O doador havia sofrido um ataque cardíaco em uma piscina, mas sucessivamente, ele voltou a bater normalmente", informou Costa que ressaltou que os danos cerebrais foram causadores da morte dele.
O diretor de cirurgias cardíacas do San Camillo, Francesco Musumeci, também afirmou que o órgão estava "em condições perfeitas, são e com todos os parâmetros para poder ser transplantado". Ele ainda acrescentou que as informações de que o coração estava doente "são totalmente falsas".
No entanto, a ministra da Saúde da Itália, Beatrice Lorenzin, afirmou que a notícia é "gravíssima e inaceitável" e que serão ativados "todos os procedimentos de verificação".
"É uma notícia gravíssima e singular para um sistema de transplantes como o italiano, que está entre os melhores do mundo. Ativaremos nossas verificações para entender o que aconteceu e me parece que ocorreu um erro trágico e inaceitável.
Buscaremos entender se e onde houve falha e onde precisaremos intervir", disse à "Radio Capital".