Covid-19: SP compra 340 mil testes, mas importação atrasa por falta de voos
Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo
07/04/2020 15h00
Resumo da notícia
- São Paulo tem 340 mil exames comprados, mas a primeira parte da carga não chegou por falta de transporte
- Com poucos aviões de carga voanda, o estado tem dificuldade de receber o material que seria suficiente para abril
- Com os testes represados, a fila cresce e já chegou a 17 mil exames sem resultados
A fila de espera pelo resultado de exames de covid-19 cresce em São Paulo e hoje chegou a 17 mil testes represados. A demanda poderia ser reduzida se os 340 mil kits de testagem que o governo estadual comprou chegassem, o que não está ocorrendo pela diminuição dos voos vindos do exterior, segundo o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.
A primeira carga represada, com 10 mil kits, viria da Coreia do Sul e deveria ter aterrissado no aeroporto de Guarulhos no domingo, mas até esta terça-feira não chegou e nem há previsão para que isso aconteça. Germann afirmou que há mais remessas para serem entregues: uma de 10 mil exames e uma de 20 mil - além de uma compra grande de 300 mil testes.
Tudo deveria ser entregue até metade de abril, mas o cronograma está ameaçado. O volume seria suficiente para o mês inteiro, segundo o secretário de Saúde, que afirma que a dificuldade em receber produtos comprados no exterior não é um problema único do Brasil.
"É tudo importado e em todas as áreas da economia estão havendo dificuldades de importação. Não tem tráfego [aéreo] suficiente e fica uma fila de coisas para trazer, seja para o Brasil, Argentina... Seja para onde for".
Sem capacidade de receber os exames, São Paulo está comprando exames de laboratórios particulares que têm testes em estoque. A medida é uma tentativa de aumentar o número de testes realizados já que o Instituto Adolfo Lutz não consegue aumentar sua produtividade por falta de insumos.
Questionada sobre a qual a capacidade do estado de São Paulo em realizar exames por dia no momento, a Secretaria estadual de Saúde informou que não tem este dado no momento.