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PF faz buscas contra desvios na compra de aparelhos pelo Consórcio Nordeste

Empresário Cléber Isaac foi alvo de operação da PF sobre compra de respiradores Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo, e colunista do UOL, em Brasília

01/08/2024 09h19Atualizada em 01/08/2024 11h55

A PF (Polícia Federal) faz buscas nesta quinta-feira (1º) para tentar recuperar o dinheiro desviado na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia.

O que aconteceu

Operação cumpre 34 mandados de busca e apreensão em quatro estados. Os locais das buscas são na Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Em nota, a PF disse que a ação também cumpre medidas judiciais de sequestro de bens expedidos pela Justiça Federal da Bahia.

A PF investiga suposto esquema de desvio de recursos públicos. Segundo a corporação, também há suspeita de crimes licitatórios, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Um dos alvos da PF é um empresário suspeito de intermediar compra de respiradores. As investigações da corporação apontam que Cléber Isaac recebeu R$ 1,6 milhão como "comissão" por intermediar o negócio entre a empresa Hempcare e o governo da Bahia. O mandado contra Isaac determinou a apreensão de dinheiro em espécie, aparelhos eletrônicos e documentos.

Compra de R$ 48 milhões em respiradores nunca foi entregue. A investigação da PF encontrou indícios que ligam o esquema ao ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Na época dos fatos, ele era governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste.

Costa é investigado pela PF, mas não é alvo da operação desta quinta (1º). O nome de Rui Costa foi citado em delação premiada, em depoimento de uma empresária responsável pelo negócio com o Consórcio Nordeste. O UOL teve acesso ao conteúdo da delação. Ela devolveu R$ 10 milhões aos cofres públicos e apresentou extratos bancários de transferências a intermediários da venda.

Pagamento por respiradores foi feito de forma adiantada. Rui Costa, porém, nega o envolvimento com irregularidades. Ele afirma que o negócio foi feito nas condições do mercado "vigente" para compra de respiradores no início da pandemia.

Contrato foi assinado em abril de 2020, no início da pandemia. Ele previa a compra de 300 respiradores importados da China. Os aparelhos iriam abastecer os estados do Consórcio Nordeste.

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