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Líder populista polonês Andrzej Lepper se suicida

O líder populista polonês e ex-vice-primeiro-ministro, Andrzej Lepper, morto nesta sexta-feira (5) - Gerard Cerles/AFP
O líder populista polonês e ex-vice-primeiro-ministro, Andrzej Lepper, morto nesta sexta-feira (5) Imagem: Gerard Cerles/AFP

Em Varsóvia (Polônia)

05/08/2011 17h54

O líder populista polonês Andrzej Lepper, 57, ex-vice-primeiro-ministro no governo conservador de Jaroslaw Kaczynski, se enforcou em seu escritório, anunciou na noite desta sexta-feira (hora local) a polícia, confirmando assim a hipótese de suicídio, divulgada horas antes.

"A causa da morte é suicídio por enforcamento, segundo os termos usados pelo médico", declarou Marcin Szyndler, porta-voz da polícia, citado pela agência PAP.

Horas antes, a polícia havia informado que um parente de Lepper o encontrou pendurado em seu escritório, situado no centro de Varsóvia. Por enquanto, não foi divulgada qualquer explicação sobre a atitude do político.

Lepper, ex-lutador de boxe e criador de porcos, começou a carreira política organizando por toda a Polônia manifestações de agricultores vítimas das transformações econômicas do país, após a queda do regime comunista nos anos 1990, com ações importantes como o bloqueio de estradas com tratores ou o esvaziamento de trens com produtos agrícolas estrangeiros.

Ele fundou o sindicato de agricultores Samoobrona (Autodefesa), que depois se tornou um partido político. Em 2001, obteve 10% das cadeiras, provocando um terremoto na cena política polonesa.

Conhecido pela linguagem rude, chegando a elogiar os grandes trabalhos de Hitler, Lepper chegou a ser vice-premier e ministro da Agricultura em 2006 e 2007, nos tempos dos governos de coalizão com o partido Direito e Justiça, dos irmãos Kaczynski.

A coalizão foi pelos ares devido a diversos escândalos, especialmente de cunho político-sexual, nos quais Lepper esteve envolvido.

Em 2010, ele foi condenado a dois anos e meio de prisão por ter obrigado uma mulher a manter relações sexuais em troca de um cargo de trabalho nas estruturas políticas do partido. Essa condenação acabou com sua vida política.