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Ciclone Phailin chega à costa da Índia e mata cinco pessoas

Indianos caminham sobre escombros causados pelo ciclone "Phailin" neste sábado (12) - Reuters
Indianos caminham sobre escombros causados pelo ciclone "Phailin" neste sábado (12) Imagem: Reuters

12/10/2013 16h56Atualizada em 12/10/2013 19h30

BHUBANESWAR, Índia, 12 Out 2013 (AFP) - O ciclone Phailin, que causou a retirada de cerca de meio milhão de pessoas na Índia, chegou à costa oriental do país, com ventos de 200 km/h, segundo as autoridades, causando cinco mortes.

Quatro pessoas morreram com a queda de árvores, causada pela passagem do ciclone, e uma idosa de 80 anos morreu quando sua casa desabou.

Ciclone com ventos de 240 km/h atinge costa da Índia

Dessas pessoas, duas morreram no distrito de Ganjam, no Estado de Orissa, com a queda de uma árvore devido aos fortes ventos causados pelo ciclone antes de chegar à costa, segundo o jornal "The Times of India". Outras duas morreram de forma semelhante no distrito de Jagatsinghpur, também em Orissa.

Cerca de 440 mil pessoas foram removidas em dois Estados da Índia antes da chegada do ciclone Phailin, que ameaça devastar na noite deste sábado os Estados de Orissa e Andra Pradesh, na costa leste do país.

Este ciclone pode se transformar no mais intenso dos últimos 14 anos nesta região da Índia, com uma alta das águas de até três metros.

As 440 mil pessoas, residentes nas zonas costeiras desses Estados, foram removidas neste sábado, segundo um responsável da Agência Nacional de Catástrofes, Marru Shashidhar Reddy.
Os removidos lotavam ônibus e riquixás para abandonar suas casas com seus pertences e eram conduzidos a refúgios de emergência. Trata-se de um dos maiores movimentos de população organizados na Índia, disse este responsável.

Em Golpagur, na costa, mulheres e crianças foram os primeiros a se proteger em escolas, abrigos de urgência e edifícios públicos.

"O governo deu ordem de remover à força quem resistir", disse um responsável dos serviços de ajuda do estado de Orissa.

Cerca de 300 equipes de médicos do exército, de engenheiros e de especialistas em tarefas de socorro foram mobilizadas nas áreas de maior risco, acrescentou.

A Cruz Vermelha indiana também posicionou suas equipes de socorro e helicópteros e aviões do exército estão em alerta.

Em Visakhapatna, povoado costeiro de Andhra Pradesh, um pescador de 60 anos, Tonka Rao, prendia seu barco olhando as ondas com preocupação.

"Este barco custa 400 mil rúpias [cerca de 5.000 euros]. Não quero perdê-lo", disse.

"Me dá medo este Phailin. É como se o fim do mundo chegasse", declarou Apurva Abhijeeta, um estudante de Puri, em Orissa.

Nesses dois Estados pobres ameaçados pela tormenta, muitos habitantes moram em barracos.

"Objetos grandes poderiam voar" com o vento, previu nesta sexta-feira Singh Rathore, diretor geral dos serviços meteorológicos.

Os cultivos, nesta região fortemente dependente de agricultura, poderiam ser arrasados, alertou.

O centro norte-americano de vigilância de ciclones, administrado pela Marinha, alertou que pode haver ventos de até 315 km/hora. O Tropical Storm Risk britânico classificou este ciclone na categoria mais perigosa.

O governo de Orissa, onde vivem 40 milhões de pessoas, fixou um objetivo de "zero vítima" e uma evacuação total nas zonas de risco.

Muitas lojas deste Estado ficaram sem estoques porque as pessoas aproveitaram para fazer compras por precaução.

A área que será afetada pelo ciclone Phailin já foi atingida em 1999 por outro ciclone que provocou a morte de mais de 8.000 pessoas. Contudo, as autoridades acreditam estar melhor preparadas desta vez, graças a previsões mais acertadas e uma maior antecedência.