Mais de 200 bruxos são presos na Tanzânia por morte de albinos
Mais de 200 'bruxos' foram presos desde meados de janeiro na Tanzânia, como parte de uma operação para acabar com as mutilações e assassinatos de albinos, vítimas de crenças de que sua condição genética pode oferecer 'poderes mágicos', informou a polícia nesta quinta-feira (12).
Em janeiro, a Tanzânia já havia anunciado a proibição da bruxaria para tentar conter casos de violência contra albinos.
Advera Bulimba, porta-voz da polícia, indicou à AFP que 225 curandeiros não licenciados e alegados adivinhos foram presos durante a operação lançada em várias regiões do norte, que deve ser estendida a todo o território nacional. Destes, 97 já foram levados à Justiça, afirmou.
"Alguns dos detidos estavam na posse de itens tais como peles de lagarto ou leão, dentes de javali-africano, ovos de avestruz, rabos de macaco ou de burro e patas de aves", disse o porta-voz.
A ONU denunciou um aumento, desde 2013, de ataques contra albinos na Tanzânia, potencialmente devido à aproximação das eleições previstas para outubro, com candidatos que desejam adquirir a vitória eleitoral via 'magia'.
Uma menina albina de quatro anos foi sequestrada no final de dezembro e ainda não foi encontrada. Um bebê de 18 meses foi sequestrado em meados de fevereiro e seu corpo foi encontrado com pernas e braços amputados. E no início de março, homens armados atacaram uma criança de seis anos e cortaram uma de suas mãos.
Os corpos dos albinos, usados para rituais de bruxaria ou na fabricação de filtros, são vendidos por cerca de US$ 600 (em torno de R$ 2.000) aos alegados feiticeiros ou curandeiros.
Na quinta-feira, a polícia chamou em um comunicado "os líderes religiosos, líderes tradicionais, políticos e jornalistas a continuar com a campanha de conscientização contra essas crenças supersticiosas".
"Muitos de nossos cidadãos ainda acreditam em bruxaria, resultando em um crime como este", disse Bulimba neste texto.
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