Dar alimento e formação melhora vida dos mais pobres, diz estudo
Doar cabras, galinhas ou vacas e oferecer formação regular aos mais pobres tem ajudado a melhorar as condições de vida em cinco países ao redor do mundo --disseram pesquisadores nesta quinta-feira (14).
Por meio do programa "Formação", liderado pela Fundação Ford e pelo Grupo Consultivo de Assistência aos Pobres (CGAP), o esforço está em curso há três anos na Etiópia, em Gana, Honduras, Índia, Paquistão e Peru.
Pouco menos da metade dos domicílios participantes do experimento tinha consumo per capita diário de menos de US$ 1,25 (cerca de R$ 4).
Cerca de 21 mil adultos receberam gado, formação profissional, treinamento de habilidades de vida e informação de saúde durante as sessões regulares de acompanhamento, informou um relatório sobre o programa publicado na revista Science.
No geral, "o experimento produziu um aumento de 5% da renda per capita, um aumento de 8% no consumo de alimentos, um aumento de 15% em ativos, e um aumento de 96% em economias, em comparação com grupos semelhantes de pessoas não inscritas no programa", disse o estudo.
Honduras foi o único país que não teve ganhos de riqueza, provavelmente porque a maioria das pessoas recebeu galinhas, e uma grande fração das aves morreram doentes.
O conceito do programa "Formação" foi primeiramente testado em Bangladesh pela BRAC, uma grande organização não-governamental.
A ideia era fornecer uma abordagem multifacetada para atenuar a pobreza, também conhecida como "grande empurrão".
Os locais agraciados pelo programa foram escolhidos por meio do consórcio da Fundação Ford e do CGAP.
Os cientistas realizaram um estudo controlado randomizado para comparar os resultados do programa de pobreza de famílias semelhantes que não receberam essa assistência.
"Os resultados mostram que, três anos após a intervenção, a fome diminuiu, o consumo aumentou e a renda também", afirmou Abhijit Banerjee, professor de economia internacional no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e coautor do estudo.
"Parece ser uma melhoria que acontece e se torna permanente", acrescentou Banerjee. "Eles também estão mais felizes".
O artigo na revista Science foi escrito por cientistas da Universidade de Yale e da Universidade de Princeton.
Entre outros coautores estão o grupo sem fins lucrativos Innovations for Poverty Action, a Universidade de Gana-Legon, a Universidade Católica de Louvain e da Universidade de Ghent, na Bélgica.
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