Alemanha cancela prêmio de música em dia de mobilizações contra antissemitismo
Berlim, 26 Abr 2018 (AFP) -
O principal prêmio de música da Alemanha foi cancelado, nesta quarta-feira, devido a um escândalo antissemita, em um contexto de temor a um ressurgimento do ódio contra os judeus em um país ainda atormentado por seu passado nazista.
A controvérsia surgiu no último dia 14, quando os rappers Kollegah e Farid Bang, autores de letras bastante polêmicas, foram agraciados com o prestigioso prêmio musical alemão ECHO de álbum de hip hop mais vendido.
Depois de que vários artistas, incluindo o diretor de orquestra argentino-israelense Daniel Barenboim, devolveram seus prêmios em sinal de protesto, a federação da indústria musical alemã anunciou finalmente a extinção do ECHO, para que este não seja "uma plataforma para o antissemitismo, o desprezo em direção às mulheres, a homofobia ou a banalização da violência".
Minutos depois, a gravadora dos rappers, BMG, anunciou que rompeu seu contrato.
- Berlim usa quipá -Os anúncios coincidiram com a organização, nesta quarta-feira, de concentrações de solidariedade com a comunidade judaica em várias cidades alemãs, uma semana depois de um refugiado sírio ter agredido dois jovens que usavam quipá em um bairro nobre de Berlim.
Organizou-se uma concentração sob o lema "Berlim usa quipá", convocada pela comunidade judaica. Outras cidades, como Colônia, Potsdã, Erfurt e Madeburgo, anunciaram sua adesão ao movimento.
Para aqueles que não têm um quipá, o solidéu usado pelos judeus, o jornal berlinense TAZ publica em sua edição de hoje instruções para fazer um em casa, com um modelo em papel.
Ontem, o presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha, Joseph Schsuter, causou polêmica ao aconselhar os judeus a não usarem o quipá nas grandes cidades alemãs por questão de segurança.
Para a ministra da Justiça, Katarina Barley (social democrata), a manifestação é um sinal importante de solidariedade.
"Os judeus não devem ter medo de mostrar que são judeus na Alemanha", declarou hoje.
Em entrevista ao "Tagesspiegel", o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, considerou que qualquer ataque contra um judeu é um ataque contra a sociedade alemã como um todo.
O antissemitismo tem várias facetas na Alemanha, diz o TAZ, em editorial publicado hoje.
"Pode se expressar de forma amável, teórica, ou às vezes grosseira. E, às vezes, brutalmente, como na semana passada", acrescenta, considerando que "chegou o momento" de reagir.
O debate foi estimulado pelo avanço da extrema direita e pelas preocupações com o aumento no fluxo de refugiados, sobretudo, de árabes - mais de um milhão desde 2015 na Alemanha.
O centro Simon Wiesenthal alerta que é preciso ter cuidado, porém, para não atribuir o recente aumento do antissemitismo apenas à população muçulmana, ou árabe.
O principal prêmio de música da Alemanha foi cancelado, nesta quarta-feira, devido a um escândalo antissemita, em um contexto de temor a um ressurgimento do ódio contra os judeus em um país ainda atormentado por seu passado nazista.
A controvérsia surgiu no último dia 14, quando os rappers Kollegah e Farid Bang, autores de letras bastante polêmicas, foram agraciados com o prestigioso prêmio musical alemão ECHO de álbum de hip hop mais vendido.
Depois de que vários artistas, incluindo o diretor de orquestra argentino-israelense Daniel Barenboim, devolveram seus prêmios em sinal de protesto, a federação da indústria musical alemã anunciou finalmente a extinção do ECHO, para que este não seja "uma plataforma para o antissemitismo, o desprezo em direção às mulheres, a homofobia ou a banalização da violência".
Minutos depois, a gravadora dos rappers, BMG, anunciou que rompeu seu contrato.
- Berlim usa quipá -Os anúncios coincidiram com a organização, nesta quarta-feira, de concentrações de solidariedade com a comunidade judaica em várias cidades alemãs, uma semana depois de um refugiado sírio ter agredido dois jovens que usavam quipá em um bairro nobre de Berlim.
Organizou-se uma concentração sob o lema "Berlim usa quipá", convocada pela comunidade judaica. Outras cidades, como Colônia, Potsdã, Erfurt e Madeburgo, anunciaram sua adesão ao movimento.
Para aqueles que não têm um quipá, o solidéu usado pelos judeus, o jornal berlinense TAZ publica em sua edição de hoje instruções para fazer um em casa, com um modelo em papel.
Ontem, o presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha, Joseph Schsuter, causou polêmica ao aconselhar os judeus a não usarem o quipá nas grandes cidades alemãs por questão de segurança.
Para a ministra da Justiça, Katarina Barley (social democrata), a manifestação é um sinal importante de solidariedade.
"Os judeus não devem ter medo de mostrar que são judeus na Alemanha", declarou hoje.
Em entrevista ao "Tagesspiegel", o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, considerou que qualquer ataque contra um judeu é um ataque contra a sociedade alemã como um todo.
O antissemitismo tem várias facetas na Alemanha, diz o TAZ, em editorial publicado hoje.
"Pode se expressar de forma amável, teórica, ou às vezes grosseira. E, às vezes, brutalmente, como na semana passada", acrescenta, considerando que "chegou o momento" de reagir.
O debate foi estimulado pelo avanço da extrema direita e pelas preocupações com o aumento no fluxo de refugiados, sobretudo, de árabes - mais de um milhão desde 2015 na Alemanha.
O centro Simon Wiesenthal alerta que é preciso ter cuidado, porém, para não atribuir o recente aumento do antissemitismo apenas à população muçulmana, ou árabe.
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