Temer cede a caminhoneiros para conter greve que paralisa o país
Rio de Janeiro, 28 Mai 2018 (AFP) - O presidente Michel Temer anunciou neste domingo (27) importantes concessões aos caminhoneiros que paralisam o País há uma semana, após ter tentado sufocar o movimento mobilizando as Forças Armadas.
As medidas incluem uma redução de R$ 0,46 por litro de diesel, o congelamento deste reajuste por 60 dias, e uma revisão posterior mensal dos preços do combustível.
"Seguimos em conversas com líderes do movimento. Avançamos na implementação de muitas medidas, diante da necessidade do movimento de encerrar a paralisação", disse Temer em pronunciamento transmitido pela televisão esta noite, durante o qual foram registrados panelaços.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, a média nacional do preço do diesel oscilou de R$ 3,356 em janeiro deste ano para R$ 3,595 em 19 de maio, antes da greve, alcançando um pico de R$ 3,788 em 26 de maio, sexto dia de paralisação, segundo dados do portal G1.
O presidente anunciou, ainda, a isenção do pedágio sobre o eixo suspenso dos caminhões em estradas federais, estaduais e municipais, e o estabelecimento de uma tabela mínima para os preços dos fretes.
O pronunciamento se deu após reunião do presidente com representantes do setor que não assinaram um primeiro acordo, negociado na quinta-feira, e considerado bem sucedido pelo Executivo. Temer assegurou que as reivindicações anteriores, acordadas durante a semana nas negociações entre o setor e o gabinete, serão mantidas.
Neste domingo, sétimo dia da paralisação dos caminhoneiros, o Brasil continuava a enfrentar graves problemas de abastecimento, enquanto o governo insistia em que a situação se encaminhava para a normalização.
Escassez de produtos em supermercados e funcionamento irregular dos transportes são as consequências mais evidentes, mas não as únicas. Diversos setores acenderam o sinal de alerta com o avanço da paralisação, que continua, apesar dos anúncios do Executivo.
No pronunciamento deste domingo, Temer disse ter recebido informações preocupantes do setor da saúde e da indústria agropecuária.
A Associação Brasileira de Proteína Animal informou que 64 milhões de pintinhos e aves morreram por falta de comida e que outro bilhão estaria em risco neste momento, assim como 20 milhões de suínos.
A Associação Nacional de Hospitais Privados manifestou preocupação com a crise. Escassez de alimentos para pacientes, falta de roupa limpa, ambulâncias paradas, falta de médicos e coleta irregular de lixo foram alguns dos problemas relatados em um comunicado.
A partir de segunda-feira, "muitos hospitais não conseguirão mais garantir o acesso e a continuidade do cuidado dos pacientes que necessitarem de tratamento se nenhuma medida imediata for adotada", advertiu a associação.
Algumas universidades públicas cancelaram as aulas na segunda-feira, enquanto 14 aeroportos continuavam padecendo de falta de combustível.
Em pelo menos oito dos 27 estados do país, alguns postos de gasolina começaram a ser reabastecidos, mas imediatamente se formaram filas quilométricas de veículos.
O Sindicato Nacional de Empresas de Telefonia do Brasil (SindiTelebrasil) pediu que se priorize o abastecimento dos veículos do setor "para proteger a operação da infraestrutura crítica de telecomunicações".
- Novo acordo -O presidente Michel Temer celebrou várias reuniões neste domingo com seu gabinete e assessores para resolver a crise.
Na quinta-feira, o governo anunciou um acordo com os caminhoneiros, mas o mesmo não foi unânime, e a paralisação prosseguiu.
Na sexta, consequentemente, o Executivo autorizou às Forças Armadas liberar estradas e resguardar veículos e infraestruturas-chave para minimizar o impacto da crise.
"Estamos caminhando no horizonte de normalizar a situação (...) Não é rápido", disse o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Etchegoyen, em coletiva de imprensa no sábado.
Mas o tempo urge em um país que tenta deixar para trás uma recessão histórica e onde 60% dos transportes de mercadorias são feitos em caminhões.
"O Planalto errou ao ignorar os alertas de revolta contra a disparada do preço do diesel. Errou de novo ao negociar com gente que não tinha força para suspender o motim. Errou mais uma vez ao abrir o cofre antes de garantir a liberação das estradas", escreveu neste domingo o colunista de O Globo Bernardo Mello Franco.
A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, a greve desperta certa simpatia, tanto da direita quanto da esquerda.
Situado em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o candidato Jair Bolsonaro (PSL/RJ), se declarou "100% a favor dos caminhoneiros", mas contrário ao bloqueio das estradas.
Parlamentares do PT também expressaram apoio à paralisação, atribuindo à política econômica do governo Temer o aumento nos preços dos combustíveis.
O diesel registra fortes aumentos recentemente, devido à elevação nos preços do petróleo e à nova política comercial da Petrobras, que se alinha desde o fim de 2016 com a cotação internacional do petróleo.
Durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2016), os preços dos combustíveis eram controlados pelo governo. Em 2016, a presidente foi destituída acusada de maquiar as contas públicas e substituída por Michel Temer, que era seu vice.
As medidas incluem uma redução de R$ 0,46 por litro de diesel, o congelamento deste reajuste por 60 dias, e uma revisão posterior mensal dos preços do combustível.
"Seguimos em conversas com líderes do movimento. Avançamos na implementação de muitas medidas, diante da necessidade do movimento de encerrar a paralisação", disse Temer em pronunciamento transmitido pela televisão esta noite, durante o qual foram registrados panelaços.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, a média nacional do preço do diesel oscilou de R$ 3,356 em janeiro deste ano para R$ 3,595 em 19 de maio, antes da greve, alcançando um pico de R$ 3,788 em 26 de maio, sexto dia de paralisação, segundo dados do portal G1.
O presidente anunciou, ainda, a isenção do pedágio sobre o eixo suspenso dos caminhões em estradas federais, estaduais e municipais, e o estabelecimento de uma tabela mínima para os preços dos fretes.
O pronunciamento se deu após reunião do presidente com representantes do setor que não assinaram um primeiro acordo, negociado na quinta-feira, e considerado bem sucedido pelo Executivo. Temer assegurou que as reivindicações anteriores, acordadas durante a semana nas negociações entre o setor e o gabinete, serão mantidas.
Neste domingo, sétimo dia da paralisação dos caminhoneiros, o Brasil continuava a enfrentar graves problemas de abastecimento, enquanto o governo insistia em que a situação se encaminhava para a normalização.
Escassez de produtos em supermercados e funcionamento irregular dos transportes são as consequências mais evidentes, mas não as únicas. Diversos setores acenderam o sinal de alerta com o avanço da paralisação, que continua, apesar dos anúncios do Executivo.
No pronunciamento deste domingo, Temer disse ter recebido informações preocupantes do setor da saúde e da indústria agropecuária.
A Associação Brasileira de Proteína Animal informou que 64 milhões de pintinhos e aves morreram por falta de comida e que outro bilhão estaria em risco neste momento, assim como 20 milhões de suínos.
A Associação Nacional de Hospitais Privados manifestou preocupação com a crise. Escassez de alimentos para pacientes, falta de roupa limpa, ambulâncias paradas, falta de médicos e coleta irregular de lixo foram alguns dos problemas relatados em um comunicado.
A partir de segunda-feira, "muitos hospitais não conseguirão mais garantir o acesso e a continuidade do cuidado dos pacientes que necessitarem de tratamento se nenhuma medida imediata for adotada", advertiu a associação.
Algumas universidades públicas cancelaram as aulas na segunda-feira, enquanto 14 aeroportos continuavam padecendo de falta de combustível.
Em pelo menos oito dos 27 estados do país, alguns postos de gasolina começaram a ser reabastecidos, mas imediatamente se formaram filas quilométricas de veículos.
O Sindicato Nacional de Empresas de Telefonia do Brasil (SindiTelebrasil) pediu que se priorize o abastecimento dos veículos do setor "para proteger a operação da infraestrutura crítica de telecomunicações".
- Novo acordo -O presidente Michel Temer celebrou várias reuniões neste domingo com seu gabinete e assessores para resolver a crise.
Na quinta-feira, o governo anunciou um acordo com os caminhoneiros, mas o mesmo não foi unânime, e a paralisação prosseguiu.
Na sexta, consequentemente, o Executivo autorizou às Forças Armadas liberar estradas e resguardar veículos e infraestruturas-chave para minimizar o impacto da crise.
"Estamos caminhando no horizonte de normalizar a situação (...) Não é rápido", disse o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Etchegoyen, em coletiva de imprensa no sábado.
Mas o tempo urge em um país que tenta deixar para trás uma recessão histórica e onde 60% dos transportes de mercadorias são feitos em caminhões.
"O Planalto errou ao ignorar os alertas de revolta contra a disparada do preço do diesel. Errou de novo ao negociar com gente que não tinha força para suspender o motim. Errou mais uma vez ao abrir o cofre antes de garantir a liberação das estradas", escreveu neste domingo o colunista de O Globo Bernardo Mello Franco.
A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, a greve desperta certa simpatia, tanto da direita quanto da esquerda.
Situado em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o candidato Jair Bolsonaro (PSL/RJ), se declarou "100% a favor dos caminhoneiros", mas contrário ao bloqueio das estradas.
Parlamentares do PT também expressaram apoio à paralisação, atribuindo à política econômica do governo Temer o aumento nos preços dos combustíveis.
O diesel registra fortes aumentos recentemente, devido à elevação nos preços do petróleo e à nova política comercial da Petrobras, que se alinha desde o fim de 2016 com a cotação internacional do petróleo.
Durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2016), os preços dos combustíveis eram controlados pelo governo. Em 2016, a presidente foi destituída acusada de maquiar as contas públicas e substituída por Michel Temer, que era seu vice.
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