Histórico encontro Trump-Kim termina com acordo e muitas dúvidas
Singapura, 12 Jun 2018 (AFP) - Donald Trump e Kim Jong Un celebraram nesta terça-feira (12) uma reunião de cúpula histórica que terminou em um acordo no qual a Coreia do Norte prometeu uma "desnuclearização completa", mas que deixa muitas perguntas sem respostas.
Após décadas de tensão pelas ambições nucleares da Coreia do Norte, o presidente americano afirmou que o "processo de desnuclearização" poderá começar "muito em breve".
A frase da declaração conjunta é bastante vaga a respeito de um calendário e cita negociações posteriores, que começarão a partir da semana que vem e serão lideradas pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
O documento também não afirma que a desnuclearização será "verificável e irreversível" como exigiam os Estados Unidos, o que poderia ser interpretado como um recuo de Trump.
"Kim Jong Un reiterou o compromisso firme e inquebrantável a favor de uma desnuclearização completa da península coreana", afirma o documento.
"A Coreia do Norte não prometeu nada mais do que promete há 25 anos", afirmou à AFP Vipin Narang, professor do Massachusetts Institute of Techonolgy.
"A esta altura, não há nenhuma razão para pensar que a cúpula resulte em algo mais concreto em termos de desarmamento".
Analistas e historiadores acreditam que existe uma possibilidade, mas recordam que o regime de Pyongyang tem um histórico de promessas não cumpridas. Em 1994 e em 2005 foram anunciados acordos que nunca foram aplicados.
- Aperto de mãos -Na longa e desordenada entrevista coletiva posterior, Donald Trump, que disse não ter dormido durante 25 horas, afirmou, sem revelar detalhes, que a desnuclearização será submetida a verificações e que as sanções contra a Coreia do Norte permanecerão em vigor enquanto persistir a "ameaça" das armas nucleares.
Trump anunciou que Pyongyang destruirá uma instalação de testes de mísseis e fez uma importante concessão, ao informar que encerrará as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, cujo fim a Coreia do Norte exige há anos.
Declarações que visivelmente surpreenderam o comando das Forças Americanas na Coreia do Sul (USFK), que disse em comunicado não ter "recebido nenhuma instrução sobre a aplicação ou fim das manobras, incluindo o exercício Ulchi Freedom Guardian" previsto ao fim do verão.
Esta reunião, a primeira entre um presidente americano no cargo e um líder norte-coreano, foi marcada por apertos de mãos e sorrisos, algo inimaginável há alguns meses, quando os dois trocavam ameaças e insultos.
Kim afirmou que "virou a página" e superou obstáculos para chegar a um encontro que é "um bom prelúdio para a paz".
Trump considerou que estabeleceu "um vínculo especial" com o líder do regime norte-coreano, que comanda o país com mão de ferro, assim como seu pai e seu avô.
Sorridente, Trump considerou a reunião "realmente fantástica" e que transcorreu "melhor do que qualquer um teria esperado" e permitiu fazer "muitos progressos".
Donald Trump multiplicou as demonstrações de afeto e elogiou Kim, a quem chamou de "muito talentoso" e de "ótimo negociador", palavras geralmente reservadas a aliados.
Trump também se declarou disposto a convidar Kim à Casa Branca e não descartou viajar, "no momento apropriado", a Pyongyang.
- 'Enorme vitória para Kim' -Já a bordo do Air Force One a caminho dos Estados Unidos, o presidente disse à imprensa que confia no líder norte-coreano no que diz respeito à desnuclearização.
Nessas conversas "não teríamos podido fazer mais nada" por enquanto, acrescentou.
"É uma enorme vitória para Kim Jong Un, que fez uma grande jogada com seu cara a cara com o presidente", afirmou Michael Kovrig, do International Crisis Group (ICG) em Washington. Seu pai e seu avô "sonharam com isto".
"Para os Estados Unidos e a comunidade internacional é um ponto de partida positivo para negociações que serão longas e difíceis", completou Kovrig.
O presidente sul-coreano Moon Jae-in chamou o acordo de Singapura de "evento histórico que ajudou a derrubar o último legado que restava da Guerra Fria".
O governo da China, principal aliado da Coreia do Norte, aplaudiu o início de uma "nova história".
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, celebrou um "primeiro passo para uma solução" e a Rússia considerou o encontro "positivo", enquanto a União Europeia afirmou que era um "passo crucial e necessário". .
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o encontro de marco importante para a desnuclearização da península da Coreia.
Após o aperto de mão e os sorrisos para os jornalistas e o mundo, Trump e Kim se reuniram durante quase cinco horas: primeiro sozinhos, durante 40 minutos, e depois em uma reunião de trabalho, seguida de um almoço com um menu de pratos ocidentais e asiáticos.
Kim Jong Un foi acompanhado por seu braço direito Kim Yong Chol, que visitou recentemente a Casa Branca, e por outros dirigentes do partido no poder, como sua irmã Kim Yo Jong.
O presidente dos Estados Unidos, que chegou ao poder sem qualquer experiência diplomática, assumiu grandes riscos há três meses ao apostar neste encontro de cúpula.
O arsenal nuclear norte-coreano provocou uma série de sanções da ONU ao longo dos últimos anos.
Para convencer a Coreia do Norte a renunciar ao mesmo, o presidente americano se comprometeu no documento a dar "garantias de segurança".
Pompeo afirmou na segunda-feira que são "garantias de segurança únicas, diferentes" das propostas até agora.
O presidente Trump embarcou no fim da tarde para os Estados Unidos, antes de Kim, que deve partir de Singapura ao anoitecer.
Após décadas de tensão pelas ambições nucleares da Coreia do Norte, o presidente americano afirmou que o "processo de desnuclearização" poderá começar "muito em breve".
A frase da declaração conjunta é bastante vaga a respeito de um calendário e cita negociações posteriores, que começarão a partir da semana que vem e serão lideradas pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
O documento também não afirma que a desnuclearização será "verificável e irreversível" como exigiam os Estados Unidos, o que poderia ser interpretado como um recuo de Trump.
"Kim Jong Un reiterou o compromisso firme e inquebrantável a favor de uma desnuclearização completa da península coreana", afirma o documento.
"A Coreia do Norte não prometeu nada mais do que promete há 25 anos", afirmou à AFP Vipin Narang, professor do Massachusetts Institute of Techonolgy.
"A esta altura, não há nenhuma razão para pensar que a cúpula resulte em algo mais concreto em termos de desarmamento".
Analistas e historiadores acreditam que existe uma possibilidade, mas recordam que o regime de Pyongyang tem um histórico de promessas não cumpridas. Em 1994 e em 2005 foram anunciados acordos que nunca foram aplicados.
- Aperto de mãos -Na longa e desordenada entrevista coletiva posterior, Donald Trump, que disse não ter dormido durante 25 horas, afirmou, sem revelar detalhes, que a desnuclearização será submetida a verificações e que as sanções contra a Coreia do Norte permanecerão em vigor enquanto persistir a "ameaça" das armas nucleares.
Trump anunciou que Pyongyang destruirá uma instalação de testes de mísseis e fez uma importante concessão, ao informar que encerrará as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, cujo fim a Coreia do Norte exige há anos.
Declarações que visivelmente surpreenderam o comando das Forças Americanas na Coreia do Sul (USFK), que disse em comunicado não ter "recebido nenhuma instrução sobre a aplicação ou fim das manobras, incluindo o exercício Ulchi Freedom Guardian" previsto ao fim do verão.
Esta reunião, a primeira entre um presidente americano no cargo e um líder norte-coreano, foi marcada por apertos de mãos e sorrisos, algo inimaginável há alguns meses, quando os dois trocavam ameaças e insultos.
Kim afirmou que "virou a página" e superou obstáculos para chegar a um encontro que é "um bom prelúdio para a paz".
Trump considerou que estabeleceu "um vínculo especial" com o líder do regime norte-coreano, que comanda o país com mão de ferro, assim como seu pai e seu avô.
Sorridente, Trump considerou a reunião "realmente fantástica" e que transcorreu "melhor do que qualquer um teria esperado" e permitiu fazer "muitos progressos".
Donald Trump multiplicou as demonstrações de afeto e elogiou Kim, a quem chamou de "muito talentoso" e de "ótimo negociador", palavras geralmente reservadas a aliados.
Trump também se declarou disposto a convidar Kim à Casa Branca e não descartou viajar, "no momento apropriado", a Pyongyang.
- 'Enorme vitória para Kim' -Já a bordo do Air Force One a caminho dos Estados Unidos, o presidente disse à imprensa que confia no líder norte-coreano no que diz respeito à desnuclearização.
Nessas conversas "não teríamos podido fazer mais nada" por enquanto, acrescentou.
"É uma enorme vitória para Kim Jong Un, que fez uma grande jogada com seu cara a cara com o presidente", afirmou Michael Kovrig, do International Crisis Group (ICG) em Washington. Seu pai e seu avô "sonharam com isto".
"Para os Estados Unidos e a comunidade internacional é um ponto de partida positivo para negociações que serão longas e difíceis", completou Kovrig.
O presidente sul-coreano Moon Jae-in chamou o acordo de Singapura de "evento histórico que ajudou a derrubar o último legado que restava da Guerra Fria".
O governo da China, principal aliado da Coreia do Norte, aplaudiu o início de uma "nova história".
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, celebrou um "primeiro passo para uma solução" e a Rússia considerou o encontro "positivo", enquanto a União Europeia afirmou que era um "passo crucial e necessário". .
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o encontro de marco importante para a desnuclearização da península da Coreia.
Após o aperto de mão e os sorrisos para os jornalistas e o mundo, Trump e Kim se reuniram durante quase cinco horas: primeiro sozinhos, durante 40 minutos, e depois em uma reunião de trabalho, seguida de um almoço com um menu de pratos ocidentais e asiáticos.
Kim Jong Un foi acompanhado por seu braço direito Kim Yong Chol, que visitou recentemente a Casa Branca, e por outros dirigentes do partido no poder, como sua irmã Kim Yo Jong.
O presidente dos Estados Unidos, que chegou ao poder sem qualquer experiência diplomática, assumiu grandes riscos há três meses ao apostar neste encontro de cúpula.
O arsenal nuclear norte-coreano provocou uma série de sanções da ONU ao longo dos últimos anos.
Para convencer a Coreia do Norte a renunciar ao mesmo, o presidente americano se comprometeu no documento a dar "garantias de segurança".
Pompeo afirmou na segunda-feira que são "garantias de segurança únicas, diferentes" das propostas até agora.
O presidente Trump embarcou no fim da tarde para os Estados Unidos, antes de Kim, que deve partir de Singapura ao anoitecer.
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