Um ano após perseguição em Mianmar, rohingyas celebram a Festa do Sacrifício
Cox's Bazar, Bangladesh, 22 Ago 2018 (AFP) - Quase um milhão de rohingyas celebram nesta quarta-feira o Eid al Adha em Bangladesh, com a precariedade do maior campo de refugiados do mundo como pano de fundo, um ano depois do início da ofensiva do exército de Mianmar contra esta minoria muçulmana.
As orações acontecem em uma área de mesquitas improvisadas criada no sul de Bangladesh para celebrar a festa do sacrifício, uma data respeitada pelos muçulmanos de todo mundo. Vacas foram sacrificadas nos campos repletos de lama dos arredores.
Um muezim fala com os milhares de refugiados que vivem na precariedade do campo de Kutupalong, o maior do mundo, localizado em Cox's Bazar, perto da fronteira com Mianmar.
Para a maioria dos deslocados, esta é a primeira festa do Eid al-Adha desde que se viram obrigados a abandonar o oeste de Mianmar há um ano, após uma ofensiva do exército que a ONU e o governo dos Estados Unidos chamaram de limpeza étnica.
A repressão militar, apoiada por milícias armadas budistas, começou em agosto de 2017 nos vilarejos rohingyas, poucos dias antes das celebrações do Eid.
Desde então, mais de 700.000 integrantes da minoria muçulmana fugiram de Mianmar e muitos buscaram refúgio no sul de Bangladesh.
Entre elos está Mohamad Isa, um rohingya de 19 anos, que não esquece do local de nascimento.
"Em Mianmar tínhamos dinheiro, gado e terras. O Eid era alegre", conta à AFP, perto de cerca de uma fileira de banheiros em Jamtoli, um novo campo de refugiados construído em Cox's Bazar para os que chegaram há menos tempo.
Durante a festa de três dias, os muçulmanos matam animais para recordar o sacrifício do profeta Abraão que, segundo a tradição muçulmana, estava disposto a matar seu filho Ismael a pedido de Deus, mas que sacrificou um cordeiro graças à intervenção do anjo Gabriel.
Os que executam o sacrifício, chamado Qurbani, devem consumir parte da carne e dividir o restante entre as pessoas mais necessitadas.
Com a aproximação do Eid, vacas, cabras e cordeiros passaram a ser vendidos nos mercados locais.
As famílias com maior poder aquisitivo criaram um fundo comum para celebrar o sacrifício, mas uma atividade como esta é um luxo muito acima das possibilidades da maior parte dos refugiados, que não podem trabalhar legalmente em Bangladesh.
Outros conseguiram tirar proveito do fluxo de deslocados e da festa, como o comerciante bengali Aktar Husain.
"Este foi o meu melhor ano", explica à AFP em um mercado de gado muito frequentado, próximo dos campos.
"No ano passado vendi 15 vacas no Eid. Hoje, quase 50".
As orações acontecem em uma área de mesquitas improvisadas criada no sul de Bangladesh para celebrar a festa do sacrifício, uma data respeitada pelos muçulmanos de todo mundo. Vacas foram sacrificadas nos campos repletos de lama dos arredores.
Um muezim fala com os milhares de refugiados que vivem na precariedade do campo de Kutupalong, o maior do mundo, localizado em Cox's Bazar, perto da fronteira com Mianmar.
Para a maioria dos deslocados, esta é a primeira festa do Eid al-Adha desde que se viram obrigados a abandonar o oeste de Mianmar há um ano, após uma ofensiva do exército que a ONU e o governo dos Estados Unidos chamaram de limpeza étnica.
A repressão militar, apoiada por milícias armadas budistas, começou em agosto de 2017 nos vilarejos rohingyas, poucos dias antes das celebrações do Eid.
Desde então, mais de 700.000 integrantes da minoria muçulmana fugiram de Mianmar e muitos buscaram refúgio no sul de Bangladesh.
Entre elos está Mohamad Isa, um rohingya de 19 anos, que não esquece do local de nascimento.
"Em Mianmar tínhamos dinheiro, gado e terras. O Eid era alegre", conta à AFP, perto de cerca de uma fileira de banheiros em Jamtoli, um novo campo de refugiados construído em Cox's Bazar para os que chegaram há menos tempo.
Durante a festa de três dias, os muçulmanos matam animais para recordar o sacrifício do profeta Abraão que, segundo a tradição muçulmana, estava disposto a matar seu filho Ismael a pedido de Deus, mas que sacrificou um cordeiro graças à intervenção do anjo Gabriel.
Os que executam o sacrifício, chamado Qurbani, devem consumir parte da carne e dividir o restante entre as pessoas mais necessitadas.
Com a aproximação do Eid, vacas, cabras e cordeiros passaram a ser vendidos nos mercados locais.
As famílias com maior poder aquisitivo criaram um fundo comum para celebrar o sacrifício, mas uma atividade como esta é um luxo muito acima das possibilidades da maior parte dos refugiados, que não podem trabalhar legalmente em Bangladesh.
Outros conseguiram tirar proveito do fluxo de deslocados e da festa, como o comerciante bengali Aktar Husain.
"Este foi o meu melhor ano", explica à AFP em um mercado de gado muito frequentado, próximo dos campos.
"No ano passado vendi 15 vacas no Eid. Hoje, quase 50".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.