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Governo saudita cogita admitir que Khashoggi morreu em interrogatório

Jornalista não é visto desde 2 de outubro Imagem: Hasan Jamali/Arquivo AP

16/10/2018 00h04Atualizada em 16/10/2018 08h47

A Arábia Saudita está considerando admitir que o jornalista Jamal Khashoggi morreu durante um interrogatório que deu errado, reportou a imprensa dos EUA nesta segunda-feira (15).

Khashoggi, um cidadão saudita residente nos EUA, que se tornou cada vez mais crítico do poderoso príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, não é visto desde que entrou no consulado de Istambul do reino para resolver a papelada do casamento no dia 2 de outubro.

Autoridades turcas disseram acreditar que ele foi morto, uma alegação que a Arábia Saudita nega.

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Uma equipe de especialistas da polícia turca e de promotores realizaram entre a noite de segunda e madrugada desta terça uma ampla revista no consulado em Istambul, que durou cerca de oito horas, constatou a AFP no local.

A equipe recolheu vestígios, principalmente na terra do jardim do Consulado, declarou um responsável presente no local.

Segundo a rede de televisão CNN, duas fontes afirmam que os sauditas estão preparando um relatório no qual reconhecerão que a morte de Khashoggi resultou de um interrogatório que deu errado durante um sequestro.

Uma fonte da CNN advertiu que o relatório ainda está sendo preparado e pode mudar, enquanto outra fonte disse que provavelmente concluirá que a operação ocorreu sem autorização e que os envolvidos serão responsabilizados.

O Wall Street Journal, citando fonte próximas ao assunto, afirmou que o reino está ponderando se deve dizer que agentes mataram Khashoggi por engano durante um interrogatório. O jornal, como a CNN, disse que a declaração saudita não foi finalizada.

A polícia turca também vai revistar a residência do cônsul da Arábia Saudita em Istambul, informou uma fonte diplomática. A data da operação na residência, muito próxima ao consulado, não foi revelada.

O destino de Khashoggi incomodou aliados ocidentais tradicionais de Washington e da Arábia Saudita.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que conversou com o rei Salman, da Arábia Saudita, que negou veementemente o envolvimento do reino no desaparecimento de Khashoggi.

"Me parece que talvez possam ter sido assassinos desonestos. Quem sabe?", disse o presidente, descrevendo a situação como "terrível".

Trump enviou seu secretário de Estado, Mike Pompeo, ao reino nesta segunda-feira para descobrir "em primeira mão o que aconteceu, o que eles sabem, o que está acontecendo".

"Queremos descobrir o que aconteceu e ele tem instruções para descobrir o que houve".

A agência de notícias estatal turca Anadolu disse que Pompeo é esperado na Turquia na quarta-feira para se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, depois das negociações em Riad.

O príncipe Mohammed, 33, filho do rei Salman, consolidou seu controle em junho de 2017, quando foi nomeado príncipe herdeiro para substituir seu primo, Mohammed bin Nayef, que foi demitido.

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