China se opõe categoricamente ao pedido de libertação de canadenses
Pequim, 24 dez 2018 (AFP) - A China afirmou nesta segunda-feira que se opõe "categoricamente" ao pedido de Canadá e Estados Unidos de libertação de dois cidadãos canadenses.
"A China expressa uma grande insatisfação e se opõe categoricamente às declarações formuladas por Canadá e Estados Unidos", disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, em uma entrevista coletiva.
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"Fazemos um apelo aos países em questão para que respeitem sinceramente a soberania judicial da China", completou.
A ministra das Relações Exteriores canadense, Chrystia Freeland, pediu no sábado a seus aliados que a apoiem ante Pequim para conseguir a libertação dos cidadãos detidos "arbitrariamente" na China, ao mesmo tempo que considerou este um "precedente preocupante" para toda a comunidade internacional.
Freeland afirmou que a detenção do ex-diplomata Michael Kovrig e do consultor Michael Spavor, por atividades "que ameaçam a segurança nacional", de acordo com Pequim, não é um problema puramente canadense, mas que também envolve os os aliados de Ottawa.
Washington também pediu na sexta-feira a libertação imediata dos dois canadenses, enquanto a Comissão Europeia e a Alemanha expressaram preocupação com o caso.
Vários analistas consideram que as detenções podem ser uma tentativa da China de exercer pressão sobre o Canadá após a prisão no início do mês em Vancouver da diretora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, a pedido da justiça americana.
Um juiz de Vancouver ordenou em 12 de dezembro a liberdade sob fiança de Meng, horas depois da confirmação da prisão do ex-diplomata canadense na China.
Freeland disse que nas conversas com os funcionários chineses, eles não mencionaram um vínculo direto entre os dois casos.
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