Exército birmanês acusa rebeldes de ataque apesar do cessar-fogo
Yangon, 28 dez 2018 (AFP) - O exército de Mianmar, que havia anunciado um cessar-fogo com os grupos étnicos do país antes do Natal, acusou nesta sexta-feira os rebeldes por um ataque contra uma de suas colunas no norte do país, que deixou vários mortos.
"Em um momento no qual o exército interrompeu suas atividades militares, tropas do Shan State Army (SSA), atacaram uma coluna militar estacionada na região de Mongpan na quinta-feira", afirma um comunicado do Estado-Maior.
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O comunicado cita "vários mortos e feridos" entre os soldados, sem revelar mais detalhes.
Nenhuma fonte do Shan State Army (SSA), oficialmente denominado Restoration Council of Shan State (RCSS), foi localizado até o momento para apresentar sua versão dos fotos.
O exército birmanês negou as informações divulgadas pela imprensa local sobre combates na zona de Kutkai, na mesma região, em 24 e 25 de dezembro, com o mesmo grupo rebelde.
No dia 21 de dezembro, o grupo anunciou em 21 de dezembro a suspensão durante quatro meses de todas as operações militares nas regiões rebeldes do norte e do leste de Mianmar.
Mas a rápida ruptura do cessar-fogo coloca em dúvida as opções de levar os grupos rebeldes étnicos a um processo de paz, estagnado há vários anos.
As regiões de fronteira do norte e leste birmanês são vítimas de conflitos armados desde a independência da ex-colônia britânica em 1948. Milhares de pessoas vivem nas zonas de conflito foram deslocadas.
O anúncio de cessar-fogo não afeta o estado de Rakhine (oeste), onde a repressão militar forçou em 2017 quase 270.000 muçulmanos rohingyas a fugir de Bangladesh.
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