Uruguai e México convocam conferência de países 'neutros' sobre Venezuela
Montevidéu, 30 Jan 2019 (AFP) - Uruguai e México anunciaram nesta quarta-feira (30) a convocação de uma conferência internacional de países e organismos com "posição neutra" sobre a crise Venezuelana no dia 7 de fevereiro, em Montevidéu.
"Os governos do Uruguai e do México, em virtude da posição neutra de ambos frente à Venezuela, organizam uma conferência internacional com representantes dos países e organismos internacionais que compartilham dessa posição. O encontro (...) responde ao chamado do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, de apostar no diálogo", diz um comunicado publicado no site da Presidência uruguaia.
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México e Uruguai defendem uma saída negociada para a crise venezuelana. Nenhum deles reconheceu o autoproclamado presidente interino de Venezuela, o líder do Parlamento de maioria opositora, Juan Guaidó, que assumiu como encarregado depois de o Congresso declarou Nicolás Maduro como um "usurpador" por ter iniciado em 10 de janeiro um segundo mandato resultante de uma eleição considerada fraudulenta.
A convocação acontece em meio à rejeição da oposição venezuelana a qualquer solução que não implique em uma saída de Maduro do poder.
"O propósito da conferência é estabelecer as bases para um novo mecanismo de diálogo que, com a inclusão de todas as forças venezolanas, ajude a devolver a estabilidade e a paz nesse país", aponta o texto, que enfatiza a "posição de não intervenção" assumida pelos dois governos.
Uruguai e México esperam que mais de dez nações e organismos internacionais participem do encontro, embora não detalhe quais países ou organismos seriam.
"O governo do Uruguai está pronto para trabalhar com aqueles membros da comunidade internacional que, assim como o México e a ONU, desejem apostar na diplomacia", conclui o texto assinado em Montevidéu.
Na segunda-feira, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, adiantou que delegados dos dois países apresentariam a Guterres propostas de diálogo para a Venezuela.
Em uma entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, Maduro se disse "disposto a comparecer à mesa de negociações com a oposição" e a organizar eleições legislativas antecipadas, mas não a convocar eleições presidenciais.
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