Espanha se opõe a um bloqueio do acordo UE-Mercosul
Madri, 24 Ago 2019 (AFP) - A Espanha "não compartilha a postura de bloquear o acordo" da União Europeia com o Mercosul, como propôs o presidente francês, Emmanuel Macron, na véspera da cúpula do G7 em Biarritz (França), indicou neste sábado a presidência do governo espanhol em uma declaração recebida pela AFP.
"Para a Espanha o objetivo de luta contra a mudança climática é um objetivo prioritário, mas consideramos que é justamente aplicando as cláusulas ambientais do Acordo que mais se pode avançar, e não propondo um bloqueio de sua ratificação que isole os países do Mercosul", indicou o governo em sua mensagem.
"A Espanha liderou o último impulso para a assinatura do Acordo UE-Mercosul, que vai abrir enormes oportunidades para ambos os blocos regionais", lembrou a fonte consultada.
A proposta de Macron, em plena inquietação mundial pelos grandes incêndios na Amazônia, não desmente por outro lado a vacilante atitude que Paris teve com o acordo entre os grandes blocos comerciais europeu e sul-americano, que supõe um grande desafio para seu setor agropecuário.
Macron chegou a acusar o presidente Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos ambientais.
O G7, que inicia neste sábado suas reuniões em Biarritz, prepara inclusive uma resposta "concreta" ao fogo que consome a floresta tropical, segundo a França.
Mas essa atitude de indignação contrasta com a cautela de países como Alemanha e agora Espanha.
Um porta-voz do governo alemão indicou que se opor ao tratado UE-Mercosul "não é a resposta apropriada".
"O fracasso da conclusão do acordo Mercosul não contribuiria para reduzir o desmatamento no Brasil", acrescentou esse porta-voz.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, indicou que é "difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permitir a destruição" da Amazônia.
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